Em uma semana recheada de indicadores e decisões econômicas importantes, as bolsas internacionais começam a segunda-feira (19) operando em queda. Nos próximos dias, o Fed (Federal Reserve), além dos bancos centrais do Reino Unido, do Japão, da Suíça e do Brasil, decidirão as taxas de juros. A inflação global permanece em patamares elevados e, portanto, a expectativa é de que as autoridades monetárias mantenham o ciclo de aperto na tentativa de domá-la.
As divulgações se concentram na quarta-feira (21), com as decisões do Fed e do Copom (Comitê de Política Monetária), enquanto na quinta-feira (22) saem os anúncios de Reino Unido e Banco do Japão (BoJ).
Todas as atenções, contudo, estarão voltadas à decisão da autoridade monetária dos EUA, o qual representa um grande termômetro da economia mundial. A inflação americana continua em níveis alarmantes e as projeções indicam que o Fed deve elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva.
Por outro lado, há quem aposte que o aperto pode ser ainda maior, de 1 ponto cheio, uma vez que os dados do consumo e o mercado de trabalho permanecem aquecidos no país.
Os índices futuros dos EUA também começaram a semana no vermelho, com os investidores priorizando a cautela enquanto aguardam as decisões sobre as taxas de juros. Na Europa, todas as bolsas recuam, exceto a do Reino Unido, fechada por luto pela Rainha Elizabeth II.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (16) em queda e, com isso, atingiu o pior resultado semanal em dois meses. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,61%, a 109.280 pontos. Com o resultado de sexta, o Ibovespa acumula queda de 2,69% na semana e de 0,22% no mês.
No mercado externo, agentes aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (BC dos EUA) assumirá uma postura mais agressiva no seu próximo anúncio de política monetária, nesta semana. Na quinta-feira passada, o Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas do varejo cresceram 0,3% em agosto, enquanto os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram pela quinta semana seguida.
Nas negociações de sexta-feira, o dólar voltou a subir. No comercial, a moeda americana fechou em alta pela segunda sessão consecutiva, avançando 0,38%, a R$ 5,259 na compra e na venda. Na semana, subiu 2,15%.
Europa
Na Europa, as bolsas também operam no vermelho na manhã desta segunda-feira. Ainda hoje, serão divulgados os números de produção do setor da construção para a zona do euro. Além disso, há pronunciamento de Luis de Guindos, vice-presidente do BCE (Banco Central Europeu).
A respeito da taxa do Reino Unido, o consenso Refinitiv aponta alta de 50 pontos-base na taxa de juros na quinta-feira, passando para 2,25%.
FTSE 100 (Reino Unido) – Fechado
DAX (Alemanha), -1,00%
CAC 40 (França), -1,50%
FTSE MIB (Itália), -1,47%
Estados Unidos
Os índices futuros das bolsas americanas operam em queda, seguindo as perdas do pregão regular de sexta, quando o índice Dow Jones caiu 0,45%, enquanto o Nasdaq recuou 0,90% e o S&P 500 variou 0,72%, como resultado da tensão pré reunião do Fed. A maioria do mercado aponta para uma alta de 75 pontos-base na taxa de juros americana, atualmente na faixa entre 2,25% e 2,50%.
Dow Jones Futuro (EUA), -1,03%
S&P 500 Futuro (EUA), -1,08%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,14%
Ásia
As bolsas asiáticas também fecharam o pregão de hoje em baixo em decorrência da expectativa das decisões dos bancos centrais na semana. O Banco Popular da China (PBOC) decidiu aumentar a liquidez e reduziu o custo de empréstimos.
A Bolsa de Hong Kong teve movimento de venda concentrado nas empresas de tecnologia. O Japão não teve negócios por conta de um feriado.
Sobre a decisão do banco central do Japão, a expectativa é de que os juros sejam mantidos no atual patamar – a taxa, hoje, é de -0,1% ao ano.
Shanghai SE (China), -0,35%
Nikkei (Japão) – Fechado
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,04%
Kospi (Coreia do Sul), -1,14%
Petróleo
O mercado de commodities também segue em queda nesta segunda-feira. O preços do petróleo continuam a ser pressionados pelo fortalecimento do dólar. Há preocupação de que uma recessão global afete a demanda pela commodity.
Petróleo WTI, -1,54, a US$ 83,80 o barril
Petróleo Brent, -1,29%, a US$ 90,17 o barril
Agenda
A semana começa fria, mas esquenta a partir de quarta-feira (21), quando será divulgada a nova taxa básica de juros dos EUA e do Brasil. Hoje, nos EUA, sai Índice do Mercado Imobiliário (HMI) da Associação Nacional de Construtoras (NAHB), que representa as vendas atuais de casas e expectativas futuras. Na Europa, por sua vez, o foco será o discurso do vice-presidente do BCE (Banco Central Europeu), Luis de Guindos, que pode dar indicações sobre a possível direção futura da política monetária.
Por aqui, no Brasil, no campo político, saem hoje os levantamentos da FSB/Pactual (a última pesquisa mostrou Lula com 41% e Bolsonaro com 35%) e Ipec/TVGlobo (na medição do dia 12 de setembro, Lula tinha 46% e Bolsonaro estava com 31%). No campo econômico, sai o relatório Focus.
Redação ICL Economia
Com informações das agências