Na terça-feira (8), foram definidos os nomes da equipe de transição na área econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. É um trabalho de 50 dias, praticamente dois meses, até dez dias após a posse. Os nomes são para o momento de transição e não ministros definitivos. São eles: Persio Arida, André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. A informação foi divulgada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que disse ainda que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega também deve fazer parte da transição. Alckmin destacou a pluralidade de visões, que se complementam, entre os economistas da transição como um ativo do grupo.
Segundo reportagem publicada na Folha de S Paulo, Lula optou por uma divisão da área entre dois economistas com passagens pelo mercado e dois representantes diretos do partido (Barbosa e Mello), que defendem a flexibilização de certas regras, como o teto de gastos, para atender principalmente a demandas sociais.
Persio Arida chegou a ser citado entre os nomes considerados para assumir o Ministério da Economia —que deve ser dividido, com a recriação do Ministério da Fazenda. O economista é um dos pais do Plano Real, que acabou com o cenário de hiperinflação nos anos 1990, na transição dos governos Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Ele declarou voto em Lula no segundo turno. Economista graduado pela USP (Universidade de São Paulo), Arida foi presidente do BNDES e do Banco Central de FHC —período em que houve a consolidação do Real.
Equipe de transição deve focar na questão social
Já Lara Resende, outro integrante da equipe do pai do Real que apoiou Lula, não deve ter cargo de gestão. Ele pode ser indicado para representar o Brasil em algum organismo internacional, como o Banco Mundial ou o FMI (Fundo Monetário Internacional), ou atuar como um formulador de políticas públicas.
O ex-ministro da Fazenda e ministro do Planejamento no governo de Dilma Rousseff (2010-2016), Nelson Barbosa vai atuar no debate sobre a regra fiscal a substituir o teto de gastos, já que sua defesa por uma meta de despesas ganhou relevância nos debates do PT recentemente.
Na campanha de 2022, Guilherme Mello foi responsável por ser o porta-voz do partido em diferentes eventos e seminários econômicos, durante os quais exibiu com frequência uma visão próxima à de Lula.
O vice-presidente eleito também elencou os coordenadores do grupo técnico de assistência social. A lista inclui a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que concorreu à Presidência da República neste ano, as ex-ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes e Tereza Campello e o deputado estadual André Quintão (PT-MG).
Segundo o vice-presidente eleito, uma das prioridades da equipe de transição é discutir a questão social. “O que é mais urgente é a questão social. Garantir o Bolsa Família de R$ 600, isso é importante. Não interromper e implementar os R$ 150 para família com criança com menos de 6 anos”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias