O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva avisou que a Petrobras não será “fatiada” e que o Banco do Brasil não será privatizado em seu futuro governo. A afirmação foi feita durante discurso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na quinta (10), em Brasília, onde funciona a transição de governo. Lula quer que as atividades da estatal tenham foco em exploração, produção, refino e distribuição. Ainda defende uma nova política de preços dos combustíveis. Durante toda a campanha eleitoral, Lula criticou a venda de subsidiárias da Petrobras e o plano de privatização de Bolsonaro, incluindo o Banco do Brasil.
De 2013 a agosto de 2022 (nove anos), a Petrobras vendeu 94 ativos (80 no Brasil e 14 no exterior), totalizando 59,8 bilhões de dólares, ou seja, mais de R$ 300 bilhões na cotação atual da moeda norte-americana. Somente no governo de Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e agosto de 2022, foram vendidos 63 ativos, 67% do total até aqui, no valor de 33,9 bilhões de dólares – cerca de R$ 175 bilhões. Foram vendidas a BR Distribuidora, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas e outros ativos.
No governo Lula, Banco do Brasil terá papel crucial para ajudar pequenos negócios, programas sociais e na redução do endividamento
Os bancos públicos terão papel central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) serão instrumentos para que o novo governo ajude a fomentar pequenos negócios, programas sociais, além do Desenrola Brasil, programa para permitir o retorno ao crédito de milhões de brasileiros endividados.
Tirar o Desenrola Brasil do papel é um dos focos das primeiras ações do presidente eleito. O programa prevê a renegociação de dívidas garantidas por um fundo com recursos estimados entre R$ 7 bilhões e R$ 18 bilhões — a depender da faixa de renda que será contemplada.
Com o crédito fornecido pelos bancos públicos, a nova gestão quer ajudar os MEIs (microempreendedores individuais), apoiar programas sociais, como a construção de cisternas e cooperativas de catadores, financiar até 3,5 milhões de casas para pessoas de baixa renda e até incentivar a troca de máquinas e equipamentos para reaquecer a indústria.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias