A atividade econômica da China pode cair ainda mais neste final de ano, à medida que os surtos de Covid avançam e as restrições aumentam. Economistas consultados pela Bloomberg consideram um maior impacto no crescimento do País diante da luta contra o vírus no país. Protestos contra as restrições aconteceram em cidades como Pequim e Xangai no fim de semana.
Os surtos de Covid estão se espalhando rapidamente em todas as províncias e também em cidades importantes da China, impondo novas restrições para limitar o movimento de residentes. Os números não parecem tão grandes quando comparados ao tamanhos da população, mas o governo chinês segue com sua política de tolerância zero para a Covid.
O banco central chinês aumentou o estímulo econômico, à medida que analistas rebaixam ainda mais suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados divulgados no site da Bloomberg, a economia deve crescer apenas 3,3% este ano. O índice de indicadores iniciais da Bloomberg ficou em 3 para novembro, o nível mais baixo desde abril e maio, quando a economia quase parou durante o lockdown de Xangai. Excluindo a crise da pandemia de 2020, esse seria o ritmo mais lento desde a década de 70. O índice da Bloomberg que agrega oito indicadores iniciais mostra uma provável contração na atividade em novembro, a partir de um ritmo já fraco em outubro.
O Banco Popular da China anunciou na sexta-feira (25) que reduziria a taxa de compulsório dos bancos em 0,25 ponto percentual a partir da próxima semana. Isso injetaria 500 bilhões de yuans (US$ 70 bilhões) de liquidez na economia, permitindo que os bancos concedessem mais empréstimos a empresas afetadas pelo impacto do vírus com os novos surtos de Covid. Medidas mais coordenadas também foram tomadas recentemente para fortalecer o mercado imobiliário chinês, que atravessa sua pior crise já registrada.
Setor de serviços sente impacto dos novos surtos de Covid na economia chinesa
As pequenas empresas já sentem os danos. O setor de serviços se contraiu pelo segundo mês consecutivo em novembro, caindo para o pior nível desde maio, de acordo com o Standard Chartered. As empresas com foco doméstico estavam em pior situação do que as empresas voltadas para a exportação, e a expectativas também pioraram.
As vendas de residências nas quatro principais cidades caíram mais de 30% nas primeiras três semanas do mês, enquanto o valor das vendas nas 50 principais cidades continuou a cair. As vendas de automóveis, que haviam sido um ponto positivo para a economia da China devido aos subsídios do governo, também enfrentam dificuldades este mês.
As restrições de movimento estão impedindo os residentes de viajar pelo país e dentro das cidades. O uso do metrô despencou em lugares como Pequim, Chongqing e Cantão. O congestionamento nas principais cidades chinesas também caiu na semana passada, quando restaurantes, empresas e alguns locais de trabalho fecharam e as pessoas ficaram em casa.
A disseminação do vírus está afetando a produção industrial. Tumultos em uma fábrica de iPhones em Zhengzhou mostram os problemas que surgem quando empresas tentam manter as operações com fortes restrições.
A produção de aço caiu este mês e os estoques subiram mais de 50% desde o início do ano. A produção diária nas principais siderúrgicas está bem abaixo do pico recente em meados de setembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias