Transição de governo avalia que existe omissão de órgãos de segurança em relação a atos antidemocráticos

Caso de bomba colocada por empresário em caminhão em Brasília revela falha do Exército, a quem compete o controle de explosivos no país. Transição já pediu a prisão de ao menos 20 apoiadores de Bolsonaro
26 de dezembro de 2022

O grupo de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva avalia que as Forças Armadas e órgãos ligados à segurança pública têm sido omissos em relação aos atos antidemocráticos promovidos pelos acampamentos bolsonaristas na frente de quarteis no país.

Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o grupo pediu a prisão de ao menos 20 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno das eleições em 30 de outubro.

Na tentativa de atentado deste sábado (24), por exemplo, a percepção de pessoas envolvidas na segurança de Lula é de que há uma “falha clara” por parte do Exército, a quem compete fiscalizar os chamados produtos controlados, categoria na qual se inserem os explosivos de posse de George Washington de Oliveira Sousa.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, foi encontrada uma grande quantidade de explosivos e armamento na residência do bolsonarista.

Segundo relatou em depoimento, o gerente de posto de gasolina é do Pará e em 12 de novembro dirigiu-se a Brasília em uma caminhonete com “duas escopetas calibre 12, dois revólveres calibre .357, três pistolas, sendo duas Glocks e uma CZ Shadow, um fuzil Springfield calibre .308, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite”.

Além disso, um dos integrantes do GT de Justiça e Segurança Pública da transição afirma haver conivência por parte das Forças Armadas ao permitirem a manutenção dos acampamentos onde “organizações criminosas usam área militar para a prática de crimes, como o terrorismo”.

Nem a PF (Polícia Federal) escapa de críticas. Para auxiliares de Lula, há inércia na corporação que, após os atos de vandalismo praticados no dia da diplomação do presidente eleito, iniciou uma investigação por dano ao patrimônio e lesão a um policial, não por terrorismo.

No último dia 6, o empresário Milton Baldin teve a prisão decretada a pedido do agora indicado para delegado-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues.

Baldin foi preso no acampamento bolsonarista em Brasília dias após gravar um vídeo convocando apoiadores do presidente e em especial os CAC, que tem armas legais.

Redação ICL Economia com informações das Agências

 

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