Na composição dos Indicadores Industriais de fevereiro, apenas o relativo a horas trabalhadas na produção apresentou crescimento, segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Quer dizer, os funcionários trabalharam mais, com menor rendimento mensal.
Mais horas trabalhados pelos funcionários, com queda de emprego e de poder de compra diante da inflação. O conjunto de resultados indica uma trajetória preocupante para a economia do País.
As horas trabalhadas na produção registraram crescimento de 1,4%, na comparação entre fevereiro e janeiro. O índice volta a crescer após o pequeno recuo do mês anterior (-0,2%) e passa a registrar três altas nos últimos quatro meses, totalizando crescimento de 3,8% no período. O total de horas trabalhadas na produção em fevereiro de 2022 é 2,1% acima do registrado em fevereiro de 2021.
Porém, enquanto houve o registro de mais horas trabalhadas, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria caiu 0,1% entre janeiro e fevereiro de 2022. Na comparação com fevereiro de 2021, o rendimento do trabalhador teve, na média, uma pequena alta, de 0,7%, enquanto a inflação medida no período (12 meses), segundo o IBGE, ficou em 10,54%.
Segundo dados da CNI, os índices relativos a faturamento e emprego também recuaram, interrompendo a sequência de três altas consecutivas. Para a CNI, o resultado mostra desaceleração do setor.
O emprego industrial manteve-se praticamente estável, segundo a CNI, apresentando recuo de apenas 0,1% na comparação com janeiro. No somatório dos três meses anteriores esse índice havia crescido 0,8%. Na comparação com fevereiro de 2021, o emprego aumentou 2,9%.
A massa salarial da indústria de transformação apresentou estabilidade no período janeiro-fevereiro de 2022. Na comparação com fevereiro de 2021, este índice registrou alta de 3,5%.
A utilização da capacidade Instalada (UCI) ficou estável registrando 81%. Na comparação com fevereiro de 2021, entretanto, registrou alta de 0,4 ponto percentual.
De maneira geral, os resultados não mostram uma trajetória de recuperação sustentável para a atividade econômica e o processo de desaceleração industrial, que deve ser um dos maiores entraves para um resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil