A ação de grupos da direita extremista ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também envolvia a invasão de refinarias da Petrobras em ao menos cinco estados. Portanto, os atos antidemocráticos não se restringiam apenas a depredar os prédios dos três poderes em Brasília, após ação coordenada com a conivência de forças policiais ontem (8). No entanto, graças à ação de forças de segurança e de sindicatos, o ataque foi evitado.
De acordo com balanço da FUP (Federação Única dos Petroleiros) divulgado hoje, os grupos tentaram bloquear os acessos às refinarias para prejudicar o abastecimento de combustíveis no país. Os alvos eram refinarias do Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Mas, segundo a federação, hoje de manhã as unidades seguiam funcionando sem impactos.
A informação também foi confirmada pela Petrobras em nota. No comunicado, a estatal disse que “está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento padrão.”
O indicado para presidir a Petrobras, o senador Jean-Paul Prates (PT-RN), reuniu-se nesta manhã com senadores para tratar dos atos antidemocráticos, que causaram enormes prejuízos aos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Após o encontro, ele destacou que a situação das refinarias é motivo de atenção.
“Relatei aos colegas as medidas preventivas e o status nas sedes, instalações dutoviárias e refinarias da Petrobras”, disse, segundo o jornal Folha de S.Paulo. “Mesmo ainda não estando investido da função de comando na empresa, informei que estou em constante contato com a atual gestão que está agindo diligentemente para detectar, prevenir e desmobilizar antecipadamente quaisquer ameaças à integridade das instalações e dos trabalhadores.”
Prates diz que convocações para invasão a refinarias da Petrobras pretendiam provocar o desabastecimento de combustíveis
O possível futuro presidente da estatal disse que havia convocações para bloquear acessos nesta madrugada às refinarias, visando a provocar o desabastecimento. Contudo, as tentativas foram inibidas “Foram todas evitadas com reforço na vigilância, na inteligência e apoio das forças policiais dos respectivos estados”, destacou ele.
Prates também informou que mantinha contato com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e de outros estados, bem como com membros da inteligência da Petrobras, reunidos no CICC (Centro integrado de Comando e Controle) do governo estadual do Rio.
Nesta segunda-feira, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, disse nesta segunda-feira que ainda há tentativas de bloqueios de estradas e refinarias de combustíveis no país e é que preciso garantir a volta à normalidade.
Ainda segundo a FUP, após os atos terroristas contra os três poderes em Brasília, a federação alertou a presidência e o serviço de inteligência e segurança corporativa da Petrobras, além dos órgãos federais de segurança pública, sobre possíveis atos golpistas em refinarias em todo o pais. Os petroleiros levaram em consideração anúncios nas redes sociais bolsonaristas, chamando para atos com objetivo de impedir o fornecimento de combustíveis à população.
Segundo a federação, a desmobilização dos bolsonaristas é resultado da atuação das forças de segurança, da própria FUP e de sindicatos.
Os alvos principais dos golpistas, de acordo com a FUP, são Reduc (Refinaria Duque de Caxias, no Rio), Replan (Refinaria de Paulínia, em São Paulo), Revap (Refinaria Henrique Lage ou Refinaria do Vale do Paraíba, também em São Paulo), Refap (Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul), além da Regap (Refinaria Gabriel Passos, em Betim, Minas Gerais).
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo