Com a mudança de governo, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) quer reduzir a influência dos agentes do mercado financeiro na instituição. A entidade encaminhou ontem (18) ofício à ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, reivindicando uma “nova lógica” na indicação dos novos diretores do BC. O Sinal defende nomeação de servidores de carreira, além de acadêmicos “de renome” para ocupar cargos na direção do BC.
Nesse sentido, o presidente do Sinal, Fábio Faiad, pede à ministra a abertura de uma “mesa de negociação” para debater a questão. A entidade destaca que, de acordo com a lei, cabe ao presidente da República, e não a Roberto Campos Neto (presidente do BC), indicar os novos diretores do banco.
Além de desprestigiar os servidores da casa, o sindicato afirma que apenas a indicação de nomes do mercado compromete a própria autonomia do BC. Mais grave ainda, os servidores alertam que não se pode deixar o controle de um órgão fiscalizador nas mãos dos “fiscalizados” – os próprios banqueiros, no caso.
“Ao privilegiar integrantes de um setor específico na composição de sua cúpula, a administração do órgão pode estar lançando fora sua tão propalada autonomia e submetendo-se, mesmo que inconscientemente, a uma linha de pensamento e a grupos de interesse”, afirma a entidade.
Servidores do BC
Por outro lado, os representantes dos funcionários dizem que seria “salutar” para o próprio BC contar com uma direção mais plural, “integrada por servidores do órgão, por acadêmicos de universidades de renome, com visões distintas do sistema financeiro, pesquisadores e profissionais da indústria e do setor de serviços com amplo conhecimento macroeconômico, dentre outros”.