O senador Omar Aziz (PSD-AM) anunciou, na quinta-feira (9), que vai abrir uma investigação para apurar a relação entre as joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que os árabes deram para o casal Bolsonaro (o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro) e a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, antes pertencente à Petrobras e, agora, chamada de Refinaria Mataripe,
A Refinaria Landulpho Alves foi vendida para o Mubadala Capital, um fundo dos Emirados Árabes Unidos, por um preço muito abaixo do valor de mercado, no mesmo período em que os supostos presentes foram dados.
Uma investigação para apurar se o presente milionário é algum tipo de contrapartida no negócio envolvendo a RLAM, que pertencia a Petrobras, já havia sido solicitada pela Federação Única Petroleiros (FUP) ao Ministério Público Federal (MPF). Na representação para abertura de inquérito civil público e ação judicial encaminhada ao MPF na terça-feira (7), a FUP destaca que em 30 de novembro de 2021 a Petrobras anunciou a venda da Refinaria Landulpho Alves, pouco mais de um mês após viagem do ex-presidente ao Oriente Médio.
A FUP, que sempre denunciou o péssimo negócio que a Petrobras estava fazendo, lembra que a Refinaria Landulpho Alves e seus ativos logísticos associados foram vendidos por US$ 1,8 bilhão (algo em torno de R$10,1 bilhões na época). Na época, o Instituto de Estudos Estratégico de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) calculou que a refinaria foi vendida pela metade de seu valor de mercado.
Refinaria Landulpho Alves é avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões
Cálculos do Ineep avaliaram a Refinaria Landulpho Alves entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Também analistas do banco BTG Pactual apontaram que o valor cobrado pela refinaria é abaixo do que foi projetado por eles.
“Requeremos a instauração de Inquérito para avaliar eventuais práticas ilegais envolvendo a venda da Refinaria Landulpho Alves por 50% de seu valor de mercado”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, conforme matéria publicada do site da entidade.
Aziz, que ontem assumiu a presidência da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, decidiu que o parlamento também deve entrar no caso.
Por meio de postagem no Twitter ele disse: “Como presidente da comissão CTFC, vou abrir investigação no Senado sobre a venda refinaria da Petrobras Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital”.
“Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos”, ressaltou em outra postagem.
Ainda conforme o senador, “o primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado da Refinaria Landulpho Alves para os estrangeiros”.
Redação ICL Economia
Com informações do Portal CUT