Aumento de preço do barril do petróleo no mercado internacional vai chegar às bombas dos postos no Brasil

A Política de Precificação da Petrobrás obriga o repasse do preço praticado lá fora ao consumidor no Brasil. Por isso, o preço da gasolina e demais combustíveis devem se elevar no país, explicam os economistas do ICL
28 de outubro de 2022

A queda da demanda global por petróleo pesou, como fator principal, para a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus dez aliados) anunciar a redução da produção. Por consequência, haverá o aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional. A elevação do petróleo e derivados deve ser repassada, em breve, ao mercado interno brasileiro, já que a Política de Precificação da Petrobras obriga o repasse, ou seja, o preço da gasolina e demais combustíveis deve subir no país, explicam os economistas do ICL, André Campedelli e Deborah Magagna.

Os países membros da OPEP exportaram uma média de 19,66 milhões de barris diários de petróleo bruto em 2021, uma diminuição de 0,2%, em comparação com 2020, permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia. Cerca de 72% do total foi exportado para a Ásia.

Após o recente anúncio da OPEP+, em pouco menos de uma semana, o preço do barril do petróleo chegou a quase US$ 100. A escalada de preço só não continuou devido aos frustrantes dados econômicos apresentados pela China na segunda semana de outubro. A partir disso, o preço passou a variar entre US$ 94 e US$ 92 na maior parte do tempo, alta considerável do preço.

Com a menor produção da commodity no mercado internacional, o preço do litro do combustível voltará a subir

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Crédito: Envato

Ao anunciar a redução da produção de petróleo em outubro, a OPEP+ mexeu com o preço internacional do barril do petróleo que estava em queda considerável em função da reduzida demanda. Até setembro, o barril era cotado em US$ 85.

Diferentemente do que as estimativas apontavam, de uma demanda pelo menos no nível pré-pandemia, foi estimada uma demanda total de 99,67 milhões de barris de petróleo por dia, valor abaixo do registrado em 2019, quando a demanda esteve em 100,1 milhões de barris de petróleo.

“A queda do preço do barril do petróleo foi generalizada, somente a China apresentou uma demanda maior atualmente do que no momento anterior da pandemia, 14,91 milhões de barris por dia. Já os membros da OCDE se encontram em níveis muito abaixo dos registrados em 2019, em 46,2 milhões ante 47,7 milhões”, afirmam os economistas do ICL.

Campedelli e Magagna explicam que a crise econômica, que deve impactar os países centrais no último semestre, reduziu consideravelmente a procura pelo bem, abalando o mercado de petróleo internacional, o que reduziu seus preços até o começo de outubro. “O anúncio da redução veio em um momento em que a OPEP+ estava elevando sua produção mês após mês, apesar de uma redução visível da demanda global com a sinalização de que deve ocorrer uma forte crise econômica ao final do ano e começo de 2023”.

A produção diária da OPEP aumentou de 28,94 milhões de barris de petróleo em julho, para 29,62 milhões em agosto e atualmente se encontra em 29,76 milhões de barris de petróleo por dia. Este aumento estava reduzindo o preço do barril de petróleo e, diante das novas estimativas realizadas pela OPEP para a demanda do bem, não fazia sentido para a organização manter o volume de produção.

A queda anunciada, que deve ser melhor detalhada no próximo relatório, conseguiu aumentar um pouco o preço da commodity no mercado internacional, levando-a a um patamar acima de US$ 90 por barril.

A estimativa da produção para membros fora da OPEP também caiu, o que contribuiu para a alta recente do preço do petróleo neste último mês. Mesmo com a revisão, que reduziu levemente a estimativa de oferta, ainda se espera uma produção maior em 2022 do que em 2019, momento anterior à pandemia de COVID-19.

Foi estimado que, até ao final do ano, a produção de petróleo dos países fora da OPEP chegue a 65,6 milhões de barris de petróleo por dia, sendo que em 2019 era de 65,55 milhões de barris. Isso ocorreu num momento em que a demanda estimada se encontrava abaixo do patamar pré-pandemia, e isso, além de justificar a atitude da OPEP, também ajudou a reduzir consideravelmente o preço internacional do petróleo nos últimos meses, movimento que só foi encerrado no começo de outubro.

Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado

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