Balança comercial tem saldo positivo, mas ainda é menor do que em 2021

O saldo foi de US$ 47,7 bilhões no acumulado do ano, 11,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2021, que foi de US$ 56,4 bilhões
26 de setembro de 2022

A balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 2,76 bilhões, resultado de um volume de US$ 17 bilhões em exportações e de US$ 13,3 bilhões em importações até a terceira semana de setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Após meses em queda em relação ao mesmo período de 2021, o volume exportado da indústria extrativa foi positivo em 2022. É o ramo que mais vem sofrendo no comércio internacional, devido à desaceleração da demanda chinesa por minerais metálicos. “A balança comercial brasileira continuou apresentando os mesmos problemas: resultado positivo considerando um volume maior transacionado, mas ainda com saldo menor se comparado a 2021”, explicam os economistas do ICL, Deborah Magagna e André Campedelli.

Na indústria extrativa, as exportações aumentaram 10,5% se comparadas ao mesmo período do ano anterior. As maiores altas foram de petróleo bruto, de 78%, de minério de níquel, de 55,7%, e de outros minerais, com alta de 57,4%. Porém, os produtos mais consumidos pela economia chinesa continuaram apresentando queda, como foi o caso do minério de ferro, que caiu 31%, e do minério de cobre, com queda de 2,4%. Até o final de agosto, a situação da indústria extrativa era a mais preocupante na balança comercial brasileira, devido à desaceleração econômica chinesa. 

Houve um volume maior de mercadorias transacionadas até a terceira semana de setembro na balança comercial, mas o saldo continuou aquém do registrado no ano anterior. O saldo foi de US$ 47,7 bilhões no acumulado do ano, 11,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2021, que foi de US$ 56,4 bilhões. O volume de exportações deste ano se encontra em de US$ 241,8 bilhões até o momento, enquanto no mesmo período do ano anterior era de US$ 213,2 bilhões. Já para as importações, o volume atual foi de US$ 194,3 bilhões, ao passo que estava em US$ 156,8 bilhões em 2021. A quantidade importada apresentou uma elevação proporcionalmente maior do que no nível de exportações, por isso o saldo ficou mais reduzido no momento.

O Brasil acabou tomando o espaço deixado, principalmente, por Rússia e Ucrânia, o que contribuiu para o aumento considerável das vendas e o saldo positivo da balança comercial

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Crédito: Envato

Utilizando a média diária de produção, os períodos de setembro de 2021 e de 2022 podem ser comparados. Na prévia de setembro da balança comercial, a agropecuária teve uma forte elevação nos últimos 12 meses, com crescimento de 59,8% no período, o destaque ficou para o milho, que elevou 282,5%.

O leste europeu era um dos principais comerciantes da mercadoria, e o Brasil acabou tomando o espaço deixado principalmente pela Rússia e Ucrânia, o que contribuiu com o aumento considerável das vendas. Outros destaques ficaram com a soja, com aumento de 22,3%, do café não torrado, de 46%, e do algodão de 45,6%. A maior queda ocorreu no comércio de frutas, que reduziu 24,9%, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Do lado das importações, até a terceira semana de setembro, a Secex registrou aumento de 22,2% nos desembarques da agropecuária, que somaram US$ 289,94 milhões. O crescimento foi influenciado pela ampliação das compras de trigo e centeio não moídos (+50,1%), cevada não moída (+8.244,2%) e frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (+40,9%).

A indústria de transformação, na balança comercial, teve bom resultado, com alta de 36,8% se comparada ao mesmo período do ano anterior. O avanço foi puxado principalmente pelos setores de alimentação, seja para consumo humano ou para o consumo animal. As gorduras vegetais elevaram 178%, enquanto o açúcar cresceu 58,4%, o farelo de soja 96,5%, as carnes de aves 29% e a bovina 20,5%. Outros importantes itens também apresentaram altas bem relevantes, como óleos combustíveis e a celulose, ambos com alta de 106,3%, e o ferro com aumento de 18,15% .

Redação ICL Economia
Com informações do  “Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado”

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