O saldo da balança de pagamentos de fevereiro, divulgado essa semana pelo Banco Central, registrou em fevereiro déficit acumulado em 12 meses de US$ 54,4 bilhões, resultado de um déficit mensal de US$ 2,8 bilhões, equivalente a 2,78% do PIB. O resultado, segundo o Banco Central, ficou melhor se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foi registrado um déficit de US$ 4,2 bilhões. Novamente o saldo negativo veio como resultado do saldo da balança de serviços, problema histórico da economia brasileira, o que faz com que tenhamos que obter saldos positivos na conta de capital.
Entre as principais rubricas das transações correntes, o saldo da balança comercial em fevereiro de 2023 apresentou piora em relação ao ano anterior, de US$ 2,5 bilhões ante US$ 3,55 bilhões, de acordo com os dados do Banco Central.
Novamente, o peso maior ficou nas contas de juros e remessa de lucros, com déficit atual de US$ 1,35 bilhões e US$ 2,1 bilhões respectivamente, melhor do que o apresentado no ano passado, que foram déficits de US$ 2,24 bilhões e US$ 2,93 bilhões respectivamente.
Outro detalhe importante foi a queda do déficit com transportes, que foi de US$ 1,38 bilhões em 2022 e registrou US$ 946 milhões.
Segundo o Banco Central, a maior parte das entradas continuaram ocorrendo em participações de capital, que registraram US$ 4,9 bilhões no mês
Na conta de capitais, o país teve uma queda no investimento direto no país no acumulado em 12 meses, mesmo com um ingresso líquido de US$ 6,5 bilhões no mês de fevereiro, informou o Banco Central. A maior parte das entradas continuaram ocorrendo em participações de capital, que registraram US$ 4,9 bilhões no mês, enquanto as operações intercompanhia registraram US$ 1,6 bilhões. Diante do resultado, o acumulado ficou em US$ US$ 88 bilhões, frente a um saldo de US$ 92,3 bilhões no mês anterior. Em 12 meses, o acumulado nos investimentos diretos no país agora equivale a 4,49% do PIB.
A entrada de recursos na conta de capital foi maior do que a saída na conta de transações correntes, fazendo com que o superávit nas reservas internacionais aumentasse. Agora temos um montante de US$ 328,1 bilhões, ante um valor de US$ 327,8 bilhões no mês de janeiro. Essa é a segunda alta consecutiva do saldo das reservas internacionais, que se encontrava em queda no final do ano de 2022.
Fonte: Redação ICL Economia
Com informações do Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado, elaborado pelos economista do ICL, Deborah Magagna e André Campedelli