Depois que o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5 ontem (1º), o Banco Central anunciou o primeiro leilão adicional de swap cambial nesta terça-feira (2). A operação significa venda de dólar no mercado futuro, sem envolver as reservas de moeda estrangeira do país.
Essa é a primeira intervenção indireta do Banco Central no mercado de câmbio durante a gestão do governo Lula 3. Importante salientar que se trata de uma operação considerada normal.
Swap (do inglês, “troca”) é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos. Com esse mecanismo, o BC procura evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio.
O objetivo dessas operações é prover hedge cambial, ou seja, proteção contra variações excessivas da moeda americana em relação ao real, e liquidez ao mercado de câmbio doméstico. A compra de contrato de swap pelo BC funciona como injeção de dólares no mercado futuro, mas com influência do dólar no mercado à vista.
Alta do dólar: BC explica que operação é necessária diante dos efeitos do resgate de Nota do Tesouro Nacional
Na justificativa para realizar a operação, o Banco Central explicou que isso é necessário diante dos efeitos do resgate de Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3 (NTN-A3), que são títulos atrelados ao câmbio. A data do resgate desses títulos está prevista para 15 de abril.
Por isso, o governo precisa tomar essa medida no sentido de evitar aumento da cotação do dólar diante da alta na demanda pela moeda.
Veja como funciona a operação:
- No leilão, o BC especifica o volume de contratos e a taxa de swap.
- Os participantes do mercado (como bancos e outras instituições financeiras) então oferecem lances com base nesses contratos.
- Uma vez acordados, os contratos têm uma data de vencimento predeterminada, quando ocorrerá o ajuste financeiro entre as partes, baseado na variação da taxa de câmbio e das taxas de juros envolvidas.
- Caso haja desvalorização do real em relação à moeda estrangeira, o banco central paga a diferença aos detentores dos contratos.
- Se o movimento for oposto, ou seja, se houver desvalorização do real, os detentores dos contratos pagam a diferença ao BC.
Redação ICL Economia
Com informações da agências de notícias e do site do Banco Central