Banco Central anuncia operação de ‘swap cambial’ para conter alta do dólar

Essa é a primeira intervenção indireta do Banco Central no mercado de câmbio durante a gestão do governo Lula 3. Ontem (1º), o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5 e essa é uma ferramenta que o BC pode utilizar.
2 de abril de 2024

Depois que o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5 ontem (1º), o Banco Central anunciou o primeiro leilão adicional de swap cambial nesta terça-feira (2). A operação significa venda de dólar no mercado futuro, sem envolver as reservas de moeda estrangeira do país.

Essa é a primeira intervenção indireta do Banco Central no mercado de câmbio durante a gestão do governo Lula 3. Importante salientar que se trata de uma operação considerada normal.

Swap (do inglês, “troca”) é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos. Com esse mecanismo, o BC procura evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio.

O objetivo dessas operações é prover hedge cambial, ou seja, proteção contra variações excessivas da moeda americana em relação ao real, e liquidez ao mercado de câmbio doméstico. A compra de contrato de swap pelo BC funciona como injeção de dólares no mercado futuro, mas com influência do dólar no mercado à vista.

Alta do dólar: BC explica que operação é necessária diante dos efeitos do resgate de Nota do Tesouro Nacional

Na justificativa para realizar a operação, o Banco Central explicou que isso é necessário diante dos efeitos do resgate de Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3 (NTN-A3), que são títulos atrelados ao câmbio. A data do resgate desses títulos está prevista para 15 de abril.

Por isso, o governo precisa tomar essa medida no sentido de evitar aumento da cotação do dólar diante da alta na demanda pela moeda.

Veja como funciona a operação:

  • No leilão, o BC especifica o volume de contratos e a taxa de swap.
  • Os participantes do mercado (como bancos e outras instituições financeiras) então oferecem lances com base nesses contratos.
  • Uma vez acordados, os contratos têm uma data de vencimento predeterminada, quando ocorrerá o ajuste financeiro entre as partes, baseado na variação da taxa de câmbio e das taxas de juros envolvidas.
  • Caso haja desvalorização do real em relação à moeda estrangeira, o banco central paga a diferença aos detentores dos contratos.
  • Se o movimento for oposto, ou seja, se houver desvalorização do real, os detentores dos contratos pagam a diferença ao BC.

Redação ICL Economia
Com informações da agências de notícias e do site do Banco Central

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.