O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta segunda-feira (25) que suspendeu novas contratações de financiamento por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf Custeio, com juros prefixados de 3% ano.
Segundo a instituição financeira, a diferença entre a taxa básica de juros (que hoje está em 11,75% ao ano) e a taxa cobrada dos produtos aumentou muito e, por essa razão, a modalidade de crédito ficou inviável.
O Pronaf Custeio era a única linha do Plano Safra 2021/22 que ainda estava com crédito liberado no BNDES. Desde fevereiro, todas as outras linhas de crédito com juros subsidiados do Plano Safra já estavam suspensas, devido a uma normativa do Tesouro Nacional que alegava falta de recursos para equalizar as taxas com a elevação da Selic.
Crise
A agricultura familiar garante 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com as linhas de créditos totalmente paralisadas no país o setor teme pela queda na produção de alimentos nos próximos meses.
Marcos Rochinski, coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil), destaca que os pequenos agricultores sempre viveram de migalhas no país.
“O que se investe nas grande e média produções e o que se aplica na agricultura familiar nunca passaram de 15% do orçamento geral. Mesmo quando se teve políticas públicas, os que pequenos agricultores sempre estiveram na mão da bancada ruralista. É preciso política de fomento, com crédito não bancarizado. Se isso existisse, talvez não estivéssemos passando por essa crise de elevação dos preços dos alimentos”, declarou Rochinski à imprensa.
Redação ICL Economia
Com informações das agências
