Em relativa alta nesta manhã, bolsas americanas refletem divulgação da ata do Fed e da inflação do consumidor dos EUA

Autoridade monetária norte-americana não deu sinais claros se manterá ou não aumento mais agressivo da taxa básica de juros para controlar a inflação
18 de agosto de 2022

As bolsas americanas operam próximas da estabilidade na manhã desta quinta-feira (18), um dia depois de o Fed (Federal Reserve) ter divulgado a ata de sua última reunião, sem dar indicações muito claras sobre os próximos rumos da política monetária norte-americana. Há quem acredite, no entanto, que o Fed possa abrandar a maneira como vem elevando a taxa de juros dos EUA para controlar a inflação.

No entanto, a autoridade monetária luta, por um lado, para evitar que a inflação permaneça em trajetória ascendente; por outro, também avalia o impacto da continuidade de uma política de juros mais agressiva no sentido de evitar ou minimizar uma recessão. De modo geral, o banco central americano declarou estar comprometido em combater a inflação, mas indicou que a intensidade do aperto monetário dependerá de indicadores econômicos.

Outro dos termômetros da economia americana também foi divulgado ontem (17). Em julho, as vendas no varejo nos EUA vieram praticamente estáveis ante junho, sinalizando uma eventual fraqueza do consumo e da economia. E, nesta quinta-feira, saem dois sinalizadores importantes da economia dos EUA: os números de pedidos semanais de seguro-desemprego e vendas de casas usadas.

Por sua vez, as bolsas da Europa estão operando sem direção definida nesta manhã, no embalo da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro de julho, que apresentou crescimento de 0,1% na base mensal e de 8,9% na base anual. O percentual está acima dos 8,6% apontados em junho. Enquanto isso, as bolsas asiáticas fecharam no vermelho.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (17) em alta, em mais uma sessão sem tendência definida, marcada pela ata do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). O principal índice da bolsa brasileira subiu 0,17%, a 113.708 pontos, renovando a máxima desde 20 de abril.

Segundo analistas do mercado financeiro, a ata da reunião do Federal Reserve, divulgada mais cedo, não indicou uma tendência clara entre o colegiado para um aumento menor, de 0,50 ponto percentual, ou uma terceira alta consecutiva de 0,75 ponto na próxima reunião, prevista para ser realizada em 20 e 21 de setembro. Os economistas explicam que o comportamento da inflação e da economia em geral determinarão a decisão.

O dólar comercial avançou 0,53% frente à moeda brasileira, a R$ 5,167 na compra e a R$ 5,168 na venda.

Europa

Os mercados europeus operam sem direção definida nesta manhã, diante da cautela do mercado sobre as perspectivas inflacionárias na região. O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro de julho cresceu 0,1% na mensal e 8,9% na base anual, em linha com consenso Refinitiv, e maior do que apontado no mês passado (8,6%).

FTSE 100 (Reino Unido), -0,16%
DAX (Alemanha), +0,29%
CAC 40 (França), +0,23%
FTSE MIB (Itália), +0,28%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no vermelho nesta manhã (18), com investidores se posicionando à espera dos próximos passos do Fed. A ata do Fomc (comitê de política monetária do banco central) disse que a autoridade monetária vai acompanhar os próximos indicadores da economia, como inflação, mercado de trabalho e índices de atividade para definir os próximos passos sobre os juros. Ou seja, o Fed não deixou claro se manterá o aperto ou se suavizará a mão na próxima reunião, em setembro.

O Fed elevou sua taxa de juros de referência de um dia em 2,25 pontos percentuais neste ano, para uma faixa de 2,25% a 2,50%. Após a divulgação da ata, operadores de contratos futuros vinculados à taxa básica de juros do Fed viram uma alta de 0,50 ponto percentual como mais provável em setembro.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,16%

Ásia

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam no negativo nesta manhã, como consequência da divulgação da ata do Fed. Na região, na quarta-feira o Banco da Reserva da Nova Zelândia elevou as taxas em 50 pontos-base na expectativa de controlar a inflação, enquanto na China, governos locais podem vender mais de US$ 229 bilhões em títulos para financiar investimentos em infraestrutura e impulsionar a economia do país, conforme noticiado pela mídia do país.

Além disso, EUA e Taiwan iniciaram conversas para a criação de um acordo comercial, o que pode elevar ainda mais as tensões com a China.

Shanghai SE (China), -0,46%
Nikkei (Japão), -0,96%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,80%
Kospi (Coreia do Sul), -0,33%

Petróleo

As cotações do petróleo estão em alta nesta quinta-feira, estendendo os ganhos da sessão passada. O início da manhã tinha sido de queda para os preços, em meio ao aumento da produção da Rússia e as preocupações com uma possível recessão global.

A Rússia começou a aumentar gradualmente a produção de petróleo após restrições relacionadas às sanções e à medida que os compradores asiáticos aumentaram as compras.

Petróleo WTI, +1,16%, a US$ 89,13 o barril
Petróleo Brent, +1,36%, a US$ 94,92 o barril

Agenda

Nesta quinta (18), haverá divulgação de números de pedidos de seguro-desemprego semanal e dados de vendas de casas usadas nos EUA. Há também a expectativa a respeito do discurso de dois membros do Fed, que devem comentar a ata divulgada ontem (17).

Por aqui, no Brasil, no âmbito político, sai mais uma pesquisa eleitoral. Desta vez, o Datafolha divulgará suas projeções de votos para as eleições 2022 no fim da tarde. Já no campo econômico, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e Paulo Guedes, ministro da Economia, palestram em evento do BTG sobre perspectivas macroeconômicas.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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