Bolsas da Europa e índices futuros dos EUA operam em baixa, com investidores ainda monitorando consequências das falências do SVB e do Signature

Ontem (14), analistas começaram a avaliar se, devido à quebra das duas instituições, o Fed (Federal Reserve) pode manter o ritmo de redução na taxa de juro ou até mesmo mantê-la estável, uma vez que essa foi uma das razões para o colapso do SVB
15 de março de 2023

As bolsas da Europa e os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de quarta-feira (15), enquanto os mercados asiáticos fecharam em alta. Os investidores continuam monitorando as consequências dos colapsos do Silicon Valley Bank (startups) e do Signature Bank (criptomoedas), ambos nos Estados Unidos, e aguardam os resultados de vários indicadores importantes ao redor do globo hoje.

Ontem (14), analistas começaram a avaliar se, devido à quebra das duas instituições, o Fed (Federal Reserve) pode manter o ritmo de redução na taxa de juro ou até mesmo mantê-la estável, uma vez que essa foi uma das razões para o colapso do SVB.

Como as autoridades americanas agiram rapidamente, incluindo a promessa do presidente Joe Biden de punir os responsáveis, analistas acreditam que a crise não vai ter consequências tão graves como a que ocorreu em 2008 com a falência do Lehman Brothers. Apesar disso, seguem em alerta.

Depois de o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, do mês de fevereiro, ter vindo dentro do esperado (alta de 0,4% ante 0,5% em janeiro, com base anual reduzida para 6,0%), investidores aguardam para hoje os dados das vendas no varejo e do índice de preços ao produtor, que trarão mais informações sobre a saúde da economia americana.

As bolsas da Europa operam em baixa generalizada, com as ações do setor bancário sentindo o baque do colapso do SVB.

Enquanto isso, os mercados da Ásia fecharam com alta, acompanhando a recuperação de Wall Street na sessão passada, diante da contenção de contágio da quebra do Silicon Valley Bank nos demais mercados.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (14) em queda, voltando ao nível dos 102 mil pontos, com investidores de olho em dados da inflação dos Estados Unidos e repercutindo o tombo da Natura&Co no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,18%, aos 102.932 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o mercado ficou em alerta após a divulgação da inflação do consumidor nos Estados Unidos. O índice subiu 0,4% em fevereiro, em meio aos altos custos de aluguel de moradias, mas economistas estão divididos se o aumento da inflação será suficiente para pressionar o Fed.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar teve queda de 0,22% frente ao real, cotado a R$ 5,256 na compra e a R$ 5,257 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam em baixa generalizada, principalmente por conta das ações do setor bancário, que sentiram as consequências do colapso do Silicon Valley Bank.

Por outro lado, as ações da BMW operam no campo positivo, após a montadora elevar a previsão de margem Ebit, devido ao massivo lançamento de veículos elétricos a bateria. A empresa prevê que atingirá mais de 50% de participação nesse segmento bem antes de 2030.

Dos dados econômicos da região, a produção industrial da zona do euro subiu 0,7% em janeiro ante dezembro, com o consenso Refinitiv prevendo alta de 0,4%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,66%
DAX (Alemanha), -0,49%
CAC 40 (França), -0,86%
FTSE MIB (Itália), -0,63%
STOXX 600, -0,65%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com baixa nesta manhã de quarta-feira. As ações dos bancos subiram 2,2% na sessão passada, com os investidores apostando na resiliência do setor, apesar da falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. Por outro lado, investidores continuam monitorando as consequências das falências dos dois bancos e aguardando mais dados que poderão dar sinais da saúde da economia americana.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,29%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,18%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,06%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta, acompanhando a recuperação dos mercados em Wall Street na sessão passada, com as expectativas de que os riscos de contágio da quebra do Silicon Valley Bank estão sendo contidas.

Em relação aos dados econômicos da região, a produção industrial da China aumentou 2,4% no período de janeiro a fevereiro, enquanto as vendas no varejo subiram 3,55% no mesmo período, em linha com as expectativas.

Shanghai SE (China), +0,55%
Nikkei (Japão), +0,03%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,52%
Kospi (Coreia do Sul), +1,31%
ASX 200 (Austrália), +0,86%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta, apagando parte das perdas da véspera, devido à expectativa mais forte da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sobre a demanda da China, que ajudou a compensar o pessimismo dos investidores após as recentes falências de bancos nos Estados Unidos.

Petróleo WTI, +1,15%, a US$ 72,15 o barril
Petróleo Brent, +1,11%, a US$ 78,31 o barril

Agenda

O destaque da agenda internacional desta quarta-feira (15) é a divulgação dos dados do varejo americano referentes a fevereiro. O consenso Refinitiv prevê uma retração de 0,3% em relação a janeiro. Também sai o índice de preços ao produtor.

Por aqui, no Brasil, enquanto a agenda de dados econômicos segue fraca por aqui, o lado político segue a todo vapor. O Senado aprovou ontem (14) requerimento para a realização de uma sessão de debates com o tema “juros, inflação e crescimento”. Serão convidados para o encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, além de economistas ilustres e presidentes de confederações do setor produtivo nacional.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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