Bolsas da Europa e índices futuros operam em alta com possíveis novos aumentos dos juros pelo mundo

No Brasil, o CMN (Conselho Monetário Nacional) se reúne hoje para estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026, e deve reafirmar as dos anos de 2024 e 2025
29 de junho de 2023

Os índices futuros dos Estados Unidos e as bolsas da Europa estão em trajetória positiva nesta manhã de quinta-feira (29), com investidores digerindo a sinalização de novas altas de juros pelo principais bancos centrais do mundo.

Ontem (28), os presidentes dos principais bancos centrais do mundo participaram do encerramento do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, Portugal. O presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Jerome Powell, falou sobre o tema, acrescentando que existe a possibilidade de aumento das taxas de juros nas próximas reuniões da autoridade monetária norte-americana.

Hoje, Powell participa, em Madri, na Espanha, de uma conferência, na qual ele disse que o colapso do Silicon Valley Bank e de dois outros bancos americanos de médio porte no início deste ano indicou uma “necessidade de fortalecer nossa supervisão e regulamentação de instituições do porte do SVB”.

Por aqui, a quinta-feira também está com vários temas no radar dos agentes do mercado. O principal deles é a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que vai estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026, e deve reafirmar as dos anos de 2024 e 2025.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou, ontem à noite, que a alteração no prazo de referência das metas de inflação deve ser uma das pautas da reunião do conselho. Em entrevista a jornalistas no ministério, ele explicou que os membros do CMN deverão discutir a possibilidade de padronizar o prazo de referência de forma que se assemelhe ao usado em outros países.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (28) em baixa. O movimento foi puxado pela queda nos papéis da Vale e dos bancos, empresas de grande participação no índice. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,72%, aos 116.681 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores também acompanharam a divulgação de novos dados de crédito e falas de presidentes de grandes bancos centrais no exterior. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também continuou no radar.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar teve alta de 1,02% frente ao real, cotado a R$ 4,847 na compra e a R$ 4,848 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta em sua maioria, com os investidores avaliando os rumos da política monetária global, após comentários dos principais presidentes de bancos centrais no Fórum do BCE, em Sintra, sobre a necessidade de continuar a luta contra a inflação.

Ontem, a presidente do BCE, Christine Lagarde, o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, prometeram seguir em frente com o aperto monetário para controlar a inflação, apesar dos riscos de crescimento.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,09%
DAX (Alemanha), +0,02%
CAC 40 (França), +0,48%
FTSE MIB (Itália), +0,69%
STOXX 600, +0,19%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de quinta-feira, com investidores avaliando os rumos das taxas de juros no país. Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que havia “mais restrições chegando” e que “mudar em reuniões consecutivas” não estava fora de questão.

Ele também disse que há uma “possibilidade significativa de que haverá uma desaceleração”, mesmo que esse não seja o cenário mais provável.

Todos os 23 bancos dos EUA incluídos no teste de estresse anual do Fed resistiram a um cenário de recessão severa, continuando a emprestar a consumidores e empresas. Os bancos conseguiram manter os níveis mínimos de capital, apesar de US$ 541 bilhões em perdas projetadas para o grupo, disse o Fed em um comunicado.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,16%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,14%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,19%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas, com investidores continuando a analisar os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na véspera, indicando novos aumentos de juros à frente.

Das notícias da região, no Japão, dados oficiais mostraram que as vendas no varejo japonês aumentaram 5,7% em maio em relação ao ano anterior.

O Japão e a Coreia do Sul devem discutir um acordo de swap cambial no que seria sua primeira reunião financeira bilateral em sete anos, segundo informações da agência Reuters.

Shanghai SE (China), -0,22%
Nikkei (Japão), +0,12%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,24%
Kospi (Coreia do Sul), -0,55%
ASX 200 (Austrália), -0,02%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, devido a temores de que mais aumentos nas taxas de juros prejudiquem a demanda por combustível.

Petróleo WTI, -0,09%, a US$ 69,50 o barril
Petróleo Brent, -0,15%, a US$ 73,92 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem o PIB (Produto Interno Bruto) do 1º trimestre, com o consenso Refinitiv projetando alta de 1,4%. Outros indicadores para hoje são o auxílio-desemprego semanal, com previsão de 265 mil solicitações, e moradias pendentes de maio.

Por aqui, no Brasil, no cenário político-econômico, o CMN (Conselho Monetário Nacional) vai estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026 e deve reafirmar as dos anos de 2024 e 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad antecipou, ontem à noite, que a alteração no prazo de referência das metas de inflação deve ser uma das pautas da reunião do conselho. Na seara de indicadores, o Banco Central vai divulgar seu relatório trimestral de inflação (RTI), referente ao segundo trimestre. Também saem os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), com expectativa do mercado de criação de 185 mil empregos formais em maio.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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