Bolsas da Europa e índices futuros operam no negativo, com conflitos no Mar Vermelho e prévias republicanas no radar

Na Ásia, o banco central japonês manteve as taxas de juros inalteradas, conforme esperado pelos mercados.
23 de janeiro de 2024

Os índices futuros de Nova York e as bolsas da Europa operam em trajetória negativa, nesta manhã de terça-feira (23), enquanto os mercados asiáticos fecharam majoritamente em alta, exceto o índice Nikkei, do Japão. Por lá, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), sem surpresas, manteve inalteradas as taxas de juros de curto prazo em -0,1%.

O banco central japonês continuará a definir 1% como ponto de referência para o limite superior do rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos.

Enquanto monitoram os últimos resultados empresariais em busca de sinais sobre a saúde da economia global, os investidores se mantêm atentos à escalada do conflito no Mar Vermelho, com a certeza de que a guerra entre Hamas e Israel espraiou-se, com consequências para o comércio global.

A escalada dos conflitos armados no Oriente Médio tem afetado diretamente o custo do frete marítimo mundial, que dobrou de valor desde dezembro. Além dos atrasos nas rotas globais, que já ultrapassam 15 dias, os preços do transporte de contêineres no mercado à vista (spot) devem continuar a subir enquanto durarem os confrontos.

Os EUA e o Reino Unido realizaram novos ataques aéreos, apoiados pela Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos, contra os Houthis no Iêmen, visando interromper ataques do grupo ao Mar Vermelho

Além disso, a política também está no radar dos mercados, mais especificamente as primárias republicanas en New Hampshire, fatores que podem adicionar algo de volatilidade às negociações.

Por aqui, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ontem (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou sua convicção na capacidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024 − objetivo que tem sido alvo de ceticismo no mundo político e no mercado.

Na seara de indicadores, a Receita Federal divulga hoje o resultado da arrecadação federal de dezembro e do acumulado do ano de 2023.

Brasil

Ibovespa fechou o primeiro pregão da semana, ontem (22), em baixa de 0,81%, aos 126.601 pontos, na contramão do mercado externo.

Em dia de agenda de indicadores esvaziada por aqui, os investidores repercutiram o anúncio do programa de neoindustrialização encabeçado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com investimentos da ordem de R$ 300 bilhões.

A explicação de analistas é que a nova política industrial trouxe cautela ao mercado acionário local receoso sobre o cenário fiscal.

Já o dólar avançou a R$ 4,9873 (+1,23%) no mercado à vista.

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, após o Dow Jones ultrapassar pela primeira vez a marca de 38 mil pontos ontem.

No campo corporativo, Johnson & Johnson , Procter & Gamble, Lockheed Martin e Netflix divulgam seus balanços hoje.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,10%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,05%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,08%

Europa

As bolsas da Europa também operam no vermelho, refletindo o desempenho negativo do pré-mercado americano.

Por lá, os serviços públicos lideram as perdas, com queda de 0,8%, enquanto as ações de mineração sobem 1,6%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,08%
DAX (Alemanha), -0,13%
CAC 40 (França), -0,25%
FTSE MIB (Itália), -0,46%
STOXX 600, -0,19%

Ásia

Na contramão dos demais mercados, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta hoje, após relatos de que a China está preparando um grande pacote para ajudar seus mercados de ações.

O índice Nikkei, do Japão, foi a exceção, após o Banco do Japão (BoJ), mais uma vez, deixar sua política monetária inalterada.

O destaque positivo por lá foi a valorização de 2,6% da bolsa de Hong Kong, após o primeiro-ministro da China, Li Qiang, pedir “medidas mais enérgicas e eficazes para estabilizar o mercado e aumentar a confiança”.

Shanghai SE (China), +0,53%
Nikkei (Japão), -0,08%
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,63%
Kospi (Coreia do Sul), +0,58%
ASX 200 (Austrália), +0,51%

Petróleo

Os preços do petróleo operam no vermelho com o aumento das preocupações econômicas e as tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Petróleo WTI, -0,17%, a US$ 74,63 o barril
Petróleo Brent, -0,19%, a US$ 79,91 o barril

Agenda

A agenda desta terça-feira traz dados da confiança do consumidor de janeiro da zona do euro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ontem (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou sua convicção na capacidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024 − objetivo que tem sido alvo de ceticismo no mundo político e no mercado. Na seara de dados econômicos, saem hoje os números da arrecadação de dezembro e do acumulado de 2023, pela Receita Federal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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