As bolsas da Europa e os índices futuros dos Estados Unidos estão operando no vermelho nesta manhã de terça-feira (28), devido aos prognósticos dos investidores de que o Fed (Federal Reserve) manterá o ciclo de aperto dos juros. Dados divulgados recentemente da economia americana mostram que a inflação e o mercado de trabalho continuam resilientes. Falas de membros do Fed também levam a crer que a autoridade monetária caminhará nessa direção.
Para esta terça, serão divulgados os dados de confiança do consumidor, estoques no atacado, PMI de Chicago e o índice de preços residenciais S&P Case-Shiller, ou seja, mais informações que contribuirão para balizar os caminhos que serão tomados pelo Fed.
No caso dos índices futuros, eles devem fechar fevereiro com perdas, na medida em que cresce o pessimismo de investidores em relação ao rumo da política monetária. Todos os principais índices de Nova York estão a caminho de seu segundo mês negativo.
Já as bolsas da Europa também operam com baixa, com investidores repercutindo dados da inflação e perspectivas de elevação de juros, não somente nos EUA, mas nos principais países da região. Os números da inflação da França e da Espanha ficaram acima do esperado em fevereiro, com os aumentos de preços acelerando anualmente e mensalmente em ambos os países.
Na contramão dos demais mercados, a maioria das bolsas da Ásia fechou com alta, depois de resultados econômicos importantes em toda a região.
Brasil
O Ibovespa fechou esta segunda-feira (27) em queda, após um pregão marcado por volatilidade. Investidores ficaram atentos às declarações de diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a economia dos Estados Unidos, e à reunião que definiu a retomada de impostos sobre combustíveis no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,08%, aos 105.711 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores esperam novos dados econômicos dos Estados Unidos, enquanto ainda digerem dados do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE). O indicador subiu 0,6% e acima das expectativas de mercado, de 0,4%. A variação anual passou de 4,6% no mês anterior para 4,71% em janeiro.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em leve alta frente ao real, de 0,16%, cotado a R$ 5,206 na compra e a R$ 5,207 na venda.
Europa
As bolsas da Ásia também operam com baixa, com investidores repercutindo dados de inflação, que tem se mostrado resiliente nas principais economias da região. A inflação francesa atingiu 7,2% em fevereiro na comparação ano a ano, acima dos 7% em janeiro e um recorde para o país. Já a inflação mensal subiu de 0,4% para 0,9%. Na Espanha, o núcleo da inflação subiu de 7,5% para 7,7% na base anual. O valor mensal disparou de uma queda de preço de 0,2% para uma inflação de 0,7%.
No Reino Unido, o índice FTSE e a libra também serão observados de perto hoje, depois que o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, assinou na segunda-feira um novo acordo comercial com a União Europeia destinado a remediar os problemas causados pelo Protocolo da Irlanda do Norte (Brexit).
FTSE 100 (Reino Unido), -0,42%
DAX (Alemanha), -0,22%
CAC 40 (França), -0,28%
FTSE MIB (Itália), -0,28%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no negativo hoje e devem terminar fevereiro com perdas, com investidores apreensivos a respeito do futuro da política monetária do país.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,10%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,13%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,13%
Ásia
A maioria das bolsas da Ásia fechou com alta, após a divulgação de dados econômicos importantes em toda a região. O Nikkei, do Japão, registrou leve alta de 0,08%, com o país registrando seu pior declínio na produção industrial em oito meses, com queda de 4,6% em janeiro em comparação a dezembro. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,69% quando o presidente-executivo de Hong Kong, John Lee, anunciou que abandonaria seu mandato a partir de 1º de março.
Shanghai SE (China), +0,66%
Nikkei (Japão), +0,08%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,79%
Kospi (Coreia do Sul), +0,42%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com alta na sessão de hoje, depois de cair com fortes dados da indústria norte-americana. No setor, também há preocupação de que mais aumentos da taxa de juro pode reduzir a demanda por combustíveis.
Petróleo WTI, +1,14%, a US$ 76,54 o barril
Petróleo Brent, +0,91%, a US$ 83,20 o barril
Agenda
Nos EUA, os dados de confiança do consumidor, estoques no atacado, PMI de Chicago e o índice de preços residenciais S&P Case-Shiller.
Por aqui, no Brasil, no âmbito político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou ontem (27) que a reoneração dos combustíveis pode ser compensada com uma redução no preço da gasolina pela Petrobras e do álcool. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul-Prates, para discutir o assunto. No campo dos indicadores, sai hoje a taxa de desemprego de dezembro medida pela Pesquisa PNAD Contínua.
Redação ICL Economia
Com informações das agências