Com a agenda de indicadores fraca nos Estados Unidos, as atenções desta quinta-feira (6) estão voltadas para o BCE (Banco Central Europeu), que deve iniciar o ciclo de afrouxamento monetário hoje. Na expectativa disso, as bolsas europeias sobem.
A autoridade monetária europeia desceu os juros pela última vez em setembro de 2019, quando colocou a taxa dos depósitos em -0,5%. A partir daí, os juros ficaram em mínimos históricos até julho de 2022.
Nesta tarde, o Comitê de Política Monetária do BCE deverá anunciar a descida da taxa dos depósitos em 25 pontos-base, para 3,75% ao ano. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez devem baixar na mesma proporção, para 4,25% e 4,5%, respetivamente.
Enquanto isso, nos Estados Unidos os investidores esperam mais dados que ajudam a medir a temperatura do mercado de trabalho. Hoje, saem as informações sobre os pedidos de seguro-desemprego e, amanhã (7), a divulgação mais importante, o payroll (folha de pagamentos).
Ainda nos Estados Unidos, as ações de tecnologia lideraram os ganhos no índice europeu Stoxx 600 após o setor impulsionar novos recordes em Wall Street, após a Nvidia, empresa do setor de Inteligência Artificial, ter superado ontem o valor de mercado de mais de US$ 3 trilhões, ultrapassando a Apple.
Porém, o Departamento de Justiça dos EUA e a Federal Trade Commission vão iniciar investigações sobre o domínio de Nvidia, Microsoft e OpenAI no mercado de IA, segundo informações do jornal New York Times.
Por aqui, saem hoje os dados da balança comercial de maio.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (5) pela sexta vez seguida em baixa. Pelo terceiro dia consecutivo, a culpa foi das commodities, que puxaram para baixo as ações de empresas importantes para o índice. Teve também uma pitada de incerteza vinda de fora devido aos dados macroeconômicos da economia estadunidense.
O principal indicador da Bolsa brasileira fechou com queda de 0,32%, nos 121.407 pontos, renovando (de novo) o menor nível em quase sete meses. Na semana, a carteira do indicador acumula perda de 0,57%, e no ano, de 9,52%.
Por aqui, o mercado reagiu em segundo plano à produção industrial mais fraca em abril, com recuo de 0,5%. Porém, no ano, o setor acumula alta de 3,5% e, na comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4%.
Já o dólar encostou em R$ 5,30 ao longo do dia e fechou cotado a R$ 5,29, com alta de 0,23% no mercado à vista.
Europa
Os mercados europeus operam em alta, com investidores antecipando que o BCE reduzirá as taxas de juros para a área do euro pela primeira vez desde setembro de 2019.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,27%
DAX (Alemanha): +0,73
CAC 40 (França): +0,35%
FTSE MIB (Itália): +0,30%
STOXX 600: +0,62%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam sem direção única, na véspera da divulgação do payroll (folhas de pagamento não-agrícolas) de maio.
Os investidores buscam sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, o que poderia apoiar cortes nas taxas por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
Os dados da ADP sobre as folhas de pagamento privadas, divulgados ontem, mostraram uma desaceleração nas contratações.
Dow Jones Futuro: -0,05%
S&P 500 Futuro: -0,05%
Nasdaq Futuro: +0,02%
Ásia
Os mercados da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente no positivo hoje, acompanhando o desempenho de Wall Street ontem, impulsionado pelas ações de tecnologia.
Shanghai SE (China), -0,54%
Nikkei (Japão): +0,55%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,28%
Kospi (Coreia do Sul): +1,03%
ASX 200 (Austrália): +0,68%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em alta, recuperando-se dos mínimos de quatro meses depois que uma decisão da Opep+ de aumentar a produção desencadeou uma liquidação esta semana.
Petróleo WTI, +0,18%, a US$ 74,20 o barril
Petróleo Brent, +0,08%, a US$ 78,47 o barril
Agenda
A agenda de hoje tem como destaque a decisão de juros do BCE e dados da balança comercial norte-americana de abril. O consenso LSEG prevê déficit de US$ 76,1 bilhões.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo federal vai recorrer da decisão da Justiça Federal da 4ª Região em Porto Alegre, que suspendeu o leilão para importação de 300 mil toneladas de arroz que estava previsto para esta quinta-feira (6), às 9h. Em nota, a assessoria de imprensa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou ao Broadcast Agro que a AGU (Advocacia-Geral da União) está trabalhando nas medidas cabíveis com o departamento jurídico da empresa pública. Na seara de indicadores, sai hoje a balança comercial de maio.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg