Bolsas europeias e índices futuros operam no negativo, em sua maioria, com dados do PIB dos EUA e à espera do desfecho em torno do teto da dívida do país

Líderes do Congresso do partido de oposição ao presidente democrata Joe Biden querem que o governo concorde em cortar cerca de US$ 70 bilhões em gastos para, em troca, elevarem o teto da dívida
26 de maio de 2023

A maioria dos índices futuros dos Estados Unidos e das bolsas da Europa operam no campo negativo nesta manhã de sexta-feira (26), com os investidores repercutindo os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre dos EUA e o avanço nas negociações em torno do teto da dívida norte-americana, que vence em junho.

A prévia do PIB do primeiro trimestre de 2023 dos EUA apresentou alta de 1,3%, considerando a taxa anual ajustada, de acordo com a segunda leitura divulgada pelo Bureau of Economic Analysis ontem (25). A projeção era de uma elevação de 1,1%.

Para hoje, os investidores aguardam a divulgação do índice de preços de gastos com consumo de abril (PCE, em inglês), indicador de inflação favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para definir a política monetária. O consenso Refinitiv prevê que o núcleo do índice, que exclui os custos de energia e alimentos, avance de 0,3% na base mensal e suba 4,6% na base anual.

Em outra frente, os agentes do mercado continuam atentos à negociação em torno do teto da dívida norte-americana, que estão progredindo, mas em uma “fase delicada”, de acordo com o negociador republicano, deputado Patrick McHenry.

De um lado da negociação, líderes do Congresso do partido de oposição ao presidente democrata Joe Biden querem que o governo concorde em cortar cerca de US$ 70 bilhões em gastos para, em troca, elevarem o teto da dívida.

A próxima semana é, portanto, crucial para o governo norte-americano conseguir avançar nas negociações.

Na Europa, os investidores também repercutem falas do ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, indicando que mais aumentos da taxa de juros podem vir por aí.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (25) em forte alta, na medida em que investidores repercutiam os anúncios do governo para baratear o carro popular e a divulgação do IPCA-15 de maio, a prévia oficial da inflação, que veio abaixo do esperado pelo mercado. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 1,15%, aos 110.054 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro,  os investidores também repercutiram a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2023 dos Estados Unidos e continuaram a acompanhar o desenrolar da renegociação do teto da dívida americana.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em alta de 1,65%, cotado a R$ 5,035 na compra e R$ 5,306 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no negativo após abertura positiva, com os investidores de olho nas negociações para aumentar o teto da dívida dos EUA chegando a uma semana crucial.

Das notícias da região, os investidores também repercutem falas do ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, que disse à Sky News que ficaria confortável com os aumentos das taxas do Banco da Inglaterra, levando a economia a uma recessão, desde que a inflação diminua.

Agentes do mercado aumentaram suas apostas na taxa de pico do banco central de 4,75% para 5,5% depois que números divulgados na quarta-feira mostraram que a inflação caiu menos do que o previsto. A taxa básica do banco é atualmente de 4,5% e uma alta de 25 pontos base em junho é amplamente esperada.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,02%
DAX (Alemanha), -0,23%
CAC 40 (França), -0,11%
FTSE MIB (Itália), -0,65%
STOXX 600, +0,08%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos, à medida que os investidores observam as atualizações sobre do teto da dívida e aguardam pelo dados da inflação PCE.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,13%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,11%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,04%

Ásia

Na contramão dos demais mercados, as bolsas da Ásia fecharam em alta hoje, repercutindo as negociações em torno do teto da dívida dos EUA. A exceção é o índice Hang Seng, de Hong Kong, que está fechado devido a um feriado.

No Japão, o núcleo da inflação de Tóquio, que exclui alimentos frescos e custos de combustível, subiu 3,9%, seu ritmo mais rápido desde 1982. 3,2% em maio ante os 3,5% de abril.

A produção manufatureira de Cingapura caiu 6,9% na comparação anual em abril, uma queda mais acentuada em comparação com os 4,4% esperados por economistas.

Shanghai SE (China), +0,35%
Nikkei (Japão), +0,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul), +0,16%
ASX 200 (Austrália), +0,23%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com leve alta, apesar de mensagens conflitantes da Rússia e da Arábia Saudita antes da próxima reunião de política da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) e um dólar mais forte.

Petróleo WTI, +0,32%, a US$ 72,06 o barril
Petróleo Brent, +0,18%, a US$ 76,40 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, sai hoje o índice PCE de abril, com o consenso Refinitiv prevendo alta de 0,3% na base mensal e de 4,6% na base anual; bens duráveis de abril, com o consenso Refinitiv projetando baixa de 1%; e dados da confiança do consumidor de maio.

Por aqui, no Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantiu que fica no cargo até o fim do seu mandato, que termina em 2024, em entrevista à Globonews. Com a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, à Diretoria de Política Monetária, surgiram rumores de que seria uma “oferta casada” para a presidência do BC e, assim, temores no mercado financeiro de que Campos Neto deixasse a cadeira antes do fim do seu mandato. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista, a partir das 16h (horário de Brasília), ao programa GloboNews Mais. Na agenda de dados econômicos, saem hoje as transações correntes de abril, com previsão da Refinitiv de déficit de US$ 250 milhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney

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