Ainda que as notícias do Continente Europeu não sejam das mais animadoras, os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias estão em trajetória de alta nesta manhã de sexta-feira (18), com os investidores animados a respeito do futuro da política monetária americana diante dos dados abaixo do esperado da inflação ao consumidor e ao produtor, além de outros sinais emitidos pela economia do país.
A expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que o Fed (Federal Reserve) reduza o ritmo do aperto monetário, ainda que o presidente do escritório da instituição em St Louis, James Bullard, tenha dito ontem (17) que “a taxa básica de juros ainda não está em uma zona que possa ser considerada suficientemente restritiva”. Ele ainda afirmou que as taxas de juros terminais poderiam atingir a faixa de 5% a 7%, mais alta do que o mercado está precificando atualmente.
Hoje, os investidores aguardam pela divulgação de dados sobre as vendas de casas usadas de outubro, um importante termômetro da economia dos EUA. Além disso, a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, discursa nesta manhã, fala que vem sendo aguardada pelo mercado.
Já na Europa, a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, disse que a instituição continuará elevando as taxas de juros e pode até precisar restringir a atividade econômica para controlar a inflação. O índice de inflação da região está em 10,6%, muito acima da meta de 2% do BCE.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (17) em queda, em mais um dia marcado pela cautela do mercado com a PEC da Transição e o teto de gastos brasileiro no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,49%, a 109.703 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, o principal ponto de atenção dos investidores é com o rumo fiscal do Brasil no próximo governo. Anteontem (16), a equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, apresentou a PEC da Transição ao Congresso, deixando os gastos com o Bolsa Família fora do teto de gastos. Essa PEC tem como objetivo liberar cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023.
Ontem, o dólar subiu 0,37%, vendido a R$ 5,4006. Essa é a maior cotação da moeda norte-americana desde 22 de julho, quando fechou a 5,4977.
Europa
As bolsas europeias operam em alta nesta sexta-feira, com investidores apostando na melhora do ritmo de aperto monetário nas principais economias do globo, ainda que a presidente do BCE, Christine Lagarde, tenha dito que a instituição continuará elevando as taxas de juros. O mercado aposta que, em dezembro, a autoridade monetária eleve a taxa de juros da região entre 50 e 75 pontos-base em dezembro.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,36%
DAX (Alemanha), +0,60%
CAC 40 (França), +0,66%
FTSE MIB (Itália), +0,77%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York reverteram o movimento de baixa para alta nesta manhã, com investidores avaliando resultados corporativos e o tom mais duro de membros do Fed na véspera.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,29%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,43%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,53%
Ásia
Por sua vez, a maioria das bolsas asiáticas fechou em queda, após o índice de preços ao consumidor do Japão para outubro subir 3,6% em comparação com o ano anterior, acima do esperado e no ritmo mais alto em 40 anos. O país viu o mesmo nível pela última vez em fevereiro de 1982, mostraram dados da Refinitiv.
Enquanto isso, líderes econômicos da região se reunirão novamente na Tailândia na cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico.
Shanghai SE (China), -0,58%
Nikkei (Japão), -0,11%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,29%
Kospi (Coreia do Sul), +0,06%
Petróleo
As cotações do petróleo operam em ligeira alta com enfraquecimento do dólar, com a perspectiva de demanda mais fraca do principal importador de petróleo, a China, em meio aos crescentes casos de Covid-19.
Petróleo WTI, +0,11%, a US$ 81,73 o barril
Petróleo Brent, -0,10%, a US$ 89,69 o barril
Agenda
Em dia de agenda econômica fraca nos EUA, os investidores acompanham a fala da diretora do Fed, Susan Collins, e dados de vendas de casas usadas no mês de outubro.
Por aqui, no Brasil, todas as atenções voltadas para a política, depois das críticas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição apresentada pelo governo eleito para excluir cerca R$ 200 bilhões do teto de gastos. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou ontem (17) que não há motivo para “estresse” e que o governo do presidente eleito Lula vai buscar formas de cortar gastos. “Haverá superávit primário, haverá redução da dívida, mas isso não se faz em 24 horas, se faz no tempo”, disse. Nenhum dado econômico relevante será divulgado nesta sexta-feira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências