Em dia de divulgação do relatório JOLTS nos EUA, bolsas europeias seguem mistas e índices futuros com leve alta hoje

Nos Estados Unidos, investidores permanecem apreensivos com a ameaça de paralisação de serviços do governo e com a perspectativa de aperto na política monetária nos próximos meses
3 de outubro de 2023

Enquanto os índices futuros operam com leve alta na manhã desta terça-feira (3), as bolsas da Europa caminham em direção mista e a maioria dos mercados asiáticos fechou no negativo. Os investidores aguardam para hoje a divulgação do relatório JOLTS, dos Estados Unidos. A pesquisa revela o número de vagas criadas no mercado de trabalho no mês de agosto, bem como os desligamentos.

Além disso, os investidores permanecem apreensivos, apesar do afastamento, em um primeiro momento, da ameaça de paralisação (shutdown) de alguns serviços do governo dos Estados Unidos.

O mercado financeiro estará condicionado ao desenrolar das negociações com títulos soberanos, que operam hoje com volatilidade. A venda massiva de títulos ganhou impulso com o alívio da paralisação dos Estados Unidos, levando os investidores a subirem as apostas em um aumento dos juros em novembro.

Outro evento que pesou no humor dos investidores foi a fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que subiu o tom nos discursos contra a inflação, dando indicativos de que o ciclo de aperto monetário deve continuar.

A fala dele foi reforçada pela de Michelle Bowman, diretora da instituição. Ela comentou em evento que “deve ser apropriado” subir mais juros e mantê-los em nível restritivo. Embora isso não reflita necessariamente a posição que será tomada do Federal Reserve, indica que as impressões ainda são de que a inflação segue elevada.

Na Europa, os mercados iniciaram o dia com ligeira baixa, após divulgação de dados de PMI da zona do euro, que indicaram contratação da economia do bloco. O sentimento negativo refletiu na abertura da sessão em queda, mas os principais índices operavam sem direção definida durante a manhã.

Na Ásia, as ações da incorporadora China Evergrande dispararam 42% com a retomada de suas negociações. Os papéis da empresa e de sua unidade de serviços imobiliários foram suspensos na quinta-feira passada, um dia depois de fontes afirmarem que seu bilionário fundador havia sido levado pela polícia.

Por aqui, será divulgada hoje, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Pesquisa Industrial Mensal referente à agosto. A expectativa de analistas é que os números mostrem crescimento de 0,5%. Os dados de julho apresentaram recuo de 0,6% e a melhora é esperada para agosto.

Brasil

O Ibovespa começou a semana no campo negativo. O principal indicador da Bolsa brasileira encerrou o pregão de segunda-feira (2) em baixa de 1,29%, a 115.056 pontos.

De acordo com analistas do mercado financeiro, o indicador acompanhou o desempenho das bolsas internacionais em dia de liquidez mais enxuta, sem negociações na China, devido a um feriado local, e com o recuo de mais de 1% nos futuros do petróleo.

Com a agenda de indicadores pouco movimentada por aqui, os investidores repercutiram o acordo de última hora do governo de Joe Biden, que impediu a paralisação de parte dos serviços governamentais nos Estados Unidos. Depois, as atenções se voltaram para a divulgação de índices de atividade econômica do país.

Nas negociações do dia, o dólar comercial subiu 0,79%, a R$ 5,066 na compra e a R$ 5,067 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam mistas, mantendo o sentimento negativo do início da semana como reflexo da divulgação do PMI da zona do euro ontem (2), indicando que a região seguirá em contração neste ano e isso poderia levar a uma intervenção do BCE (Banco Central Europeu) para corte de juros.

Já os dados de PMI do Reino Unido avançaram em linha com o esperado, mas ainda indicam contração, com números abaixo de 50.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,16%
DAX (Alemanha), -0,08%
CAC 40 (França), -0,11%
FTSE MIB (Itália), +0,4%
STOXX 600, -0,25%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em alta, após fechamento misto ontem, refletindo as preocupações dos investidores sobre possibilidade de paralisação do governo federal e acompanhando a alta dos Treasuries.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,15%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,2%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,21%

Ásia-Pacífico

Na Ásia, a bolsa de Hong Kong fechou o dia com amplas perdas, após permanecer fechada no feriado de ontem, contaminando os mercados da região.

O Hang Seng Index chegou a cair 3%, puxada por ações do setor imobiliário e energia. Já as bolsas de Shangai e Coreia do Sul seguem fechadas pelo feriado da Semana Dourada.

Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), -1,64%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,69%
Kospi (Coreia do Sul), fechado por feriado
ASX 200 (Austrália), -1,28%

Petróleo

Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, na expectativa da reunião da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) marcada para 4 de outubro. É esperado que, no encontro, sejam divulgados os novos movimentos de países como Arábia Saudita e Rússia em relação ao aumento de produção da commodity.

Petróleo WTI, -0.8%, a US$ 88,76 o barril
Petróleo Brent, -0,15%, a US$ 90,54 o barril

Agenda

Na agenda internacional de hoje, o evento mais importante é a divulgação do relatório JOLTS, dos Estados Unidos.

Por aqui, no Brasil, no campo político, pesquisa feita pelo Instituto Brasilis, divulgada pelo Estadão, mostra que cerca de 49% das pessoas entendem que o Congresso deveria ter muito poder para modificar o que o presidente da República quiser aprovar. Outros 39% consideram que as duas casas deveriam ter pouco poder, enquanto 11% avaliam que o ideal seria que nenhum poder estivesse nas mãos do Congresso. Na seara econômica, será divulgada a Pesquisa Industrial Mensal referente a agosto, pelo IBGE. Também serão divulgados os dados do Índice de Preços do Consumidor (IPC), pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg

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