As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos estão operando no campo negativo, nesta manhã de quarta-feira (2), após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado a classificação de crédito soberano dos EUA, de AAA para AA+ ontem (1º). Na justificativa para rebaixar o rating da maior economia do mundo, a Fitch citou a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos e a crescente dívida do governo geral.
A última vez que o rating dos Estados Unidos havia sido rebaixado ocorreu em 2011, quando a S&P Global cortou a nota de crédito do país destacando o risco político do governo escapar de um default (calote).
O rating AAA é o mais alto dentro da escala nacional da Fitch e denotam praticamente nenhum risco de inadimplência. Por sua vez, o AA+ indica baixo risco de não pagamento de obrigações financeiras e uma “capacidade não significativamente vulnerável a eventos previsíveis”. Ou seja, o rebaixamento corresponde mais a um sinal de alerta.
Das notícias domésticas nos Estados Unidos, os investidores aguardam para hoje a divulgação do relatório de empregos ADP de julho antes da abertura dos mercados. Economistas consultados pela Dow Jones esperam um aumento de 175 mil, o que seria menor do que o aumento de 497 mil no mês anterior.
O rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos mexeu com os mercados da Europa, que operam em baixa nesta manhã, e os da Ásia, que também fecharam no negativo, com destaque para o índice Nikkei, do Japão.
Por aqui, todos os radares estão ligados na decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), hoje, depois do fechamento da Bolsa brasileira, pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A expectativa é de início da trajetória de corte, só há divergência em relação ao tamanho, se de 0,25 ponto percentual ou 0,5 p.p.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (1º) em queda, puxado pelas ações de commodities e com expectativa sobre a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que define o novo patamar de juros do Brasil nesta quarta-feira (2). O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,57%, aos 121.248 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, o anúncio feito pelo governo de São Paulo de que deve seguir com o processo de privatização da Sabesp também influenciou negativamente a sessão do Ibovespa.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em alta de 1,27% frente ao real, cotado a R$ 4,789 na compra e a R$ 4,79 na venda.
Europa
As bolsas da Europa operam em baixa, também repercutindo o corte da classificação de crédito dos Estados Unidos e resultados corporativos da região.
O índice Stoxx 600 opera com forte baixa, sofrendo grande pressão das ações de mineração, que registram queda de 2,1%, enquanto as de viagens e lazer perdem 2% e as de saúde, 1,9%.
FTSE 100 (Reino Unido), -1,77%
DAX (Alemanha), -1,64%
CAC 40 (França), -1,51%
FTSE MIB (Itália), -1,52%
STOXX 600, -1,61%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com baixa nesta quarta-feira, com os investidores repercutindo o rebaixamento da nota de crédito do país pela Fitch Ratings e as perspectivas futuras para a economia norte-americana.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,68%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,89%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,21%
Ásia
As bolsas da Ásia também fecharam em queda, repercutindo a notícia de que a agência de classificação de risco Fitch cortou a classificação de crédito dos EUA de AAA para AA+.
Na região, o destaque é o índice Nikkei, do Japão, que liderou as perdas, caindo 2,3% e fechando em 32.707,69 pontos, arrastado pelas ações de utilidades e tecnologia em saúde.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, também caiu 2,27%, principalmente devido às ações de saúde.
Shanghai SE (China), -0,89%
Nikkei (Japão), -2,30%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,27%
Kospi (Coreia do Sul), -1,90%
ASX 200 (Austrália), -1,29%
Petróleo
As cotações do petróleo operam em alta, com investidores apostando em ofertas globais mais apertadas e crescimento da demanda no segundo semestre de 2023.
Petróleo WTI, +0,75%, a US$ 81,98 o barril
Petróleo Brent, +0,66%, a US$ 85,50 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, sai hoje a pesquisa ADP, de criação de empregos no setor privado. O mercado aponta para a criação de 188 mil novas posições, menos da metade das 497 mil de junho.
Por aqui, no Brasil, no campo político, líderes partidários da Câmara avaliam que a votação das mudanças feitas pelo Senado no arcabouço fiscal, nova regra para controle das contas públicas, deve ocorrer depois da reforma ministerial feita pelo governo para acomodar partidos do chamado centrão em ministérios. Na seara econômica, todas as atenções voltadas para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros (Selic). As expectativas são de que o BC inicie o afrouxamento monetário, porém o mercado segue dividido entre um corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney