Tom pessimista nos mercados mundiais nesta manhã de sexta-feira (28). As bolsas internacionais, assim como os índices futuros dos EUA, operam em baixa hoje, repercutindo o aumento dos juros na Europa e, também, os resultados corporativos abaixo do esperado de gigantes da tecnologia. Para hoje, os investidores aguardam os dados da inflação americana, à espera de sinais da saúde da economia dos EUA.
Ontem (27), o BCE (Banco Central Europeu) elevou novamente as taxas de juros em 75 pontos-base e comunicou que espera elevá-las ainda mais para reduzir a pressão inflacionária. Há esperança de que a zona do euro possa evitar a recessão, principalmente depois da divulgação dos resultados positivos entre os países do bloso. A economia alemã cresceu +0,3% entre julho e setembro. Mas o ímpeto da economia se desacelerou na França (+0,2%, inferior ao +0,5% anotado no trimestre anterior) e na Espanha (+0,2% frente aos três meses anteriores).
No âmbito das corporações, Apple e Amazon decepcionaram com o desempenho abaixo do esperado no último trimestre, em parte compensadas por resultados melhores do que o previsto de outros setores que compõem os índices acionários nos EUA. Ainda assim, o resultado da Amazon pressionou para baixo os índices de Nova York. Para hoje, são aguardados os balanços de Chevron e a Exxon Mobil.
Também para hoje, será divulgado o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação muito utilizado pelo Fed (Federal Reserve) para esboçar o caminho de sua política monetária. A expectativa é de que o banco central dos EUA reduza o aperto, pois a inflação americana está cedendo.
Outra notícia que movimentou os mercados foi o tweet do excêntrico bilionário Elon Musk, de que fechou a compra da rede social Twitter por US$ 44 bilhões, pondo fim à novela que durou seis meses. Por isso, as ações da empresa estão suspensas de negociação hoje nos Estados Unidos.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (27) em alta, após a manutenção da taxa Selic e a divulgação de dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos. O principal índice da bolsa brasileira chegou a subir 3% com a notícia de uma “nova carta aos brasileiros” de Lula, se comprometendo a ter responsabilidade fiscal em um eventual governo seu, mas o Ibovespa fechou em alta menor de 1,66%, a 114.641 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, a decisão do Copom de manter os juros básicos em 13,75% ao ano mostra um certo ritmo de crescimento dos indicadores da atividade econômica nos últimos 45 dias, mas, apesar disso, a inflação ao consumidor continua elevada.
Nas negociações do dia, o dólar perdeu forma e caiu 1,39%, a R$ 5,306 na compra e a R$ 5,307 na venda.
Europa
As bolsas europeias operam no negativo nesta manhã de sexta-feira, com os investidores digerindo a decisão do Banco Central Europeu de aumentar sua taxa de juros em 75 pontos-base.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,80%
DAX (Alemanha), -0,96%
CAC 40 (França), -0,59%
FTSE MIB (Itália), -1,08%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã, após resultado decepcionante da Amazon. Para hoje, investidores aguardam a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal de setembro. A estimativa para o núcleo é de inflação a 0,5% na base mensal, uma leve desaceleração em relação ao registro anterior, de 0,6%.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,32%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,81%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,19%
Ásia
As bolsas asiáticas também fecharam em baixa, com destaque para as ações de Hong Kong, que caíram para seus níveis mais baixos desde abril de 2009, puxada pelas ações das indústrias de semicondutores.
Shanghai SE (China), -2,25%
Nikkei (Japão), -3,66%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,88%
Kospi (Coreia do Sul), -0,89%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com recuo com o enfraquecimento do dólar, devido às preocupações sobre o aperto da oferta com o corte pendente das importações da Rússia para Europa.
Petróleo WTI, -1,06%, a US$ 88,14 o barril
Petróleo Brent, -0,66%, a US$ 96,32 o barril
Agenda
Nos EUA, a semana termina com um dado muito importante: a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), parâmetro usado pelo Fed (Federal Reserve) para conduzir a política monetária americana. A estimativa para o núcleo é de inflação a 0,5% na base mensal, uma leve desaceleração em relação ao registro anterior, de 0,6%.
Por aqui, no Brasil, no campo político, todos as atenções voltadas para o último debate presidencial promovido pela TV Globo, o qual pode ser determinante para definir o segundo turno. Ontem, o Datafolha mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 49% das intenções de votos, ante 44% do adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. No âmbito econômico, será divulgado o IGP-M de outubro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências