Bolsas internacionais operam em alta nesta sexta-feira (9), repercutindo o aumento dos juros na Europa e o discurso de Powell

Ontem, o BCE elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, algo que não era feito desde 2011
9 de setembro de 2022

Um dia depois do aumento da taxa básica de juros europeia e do discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, as bolsas internacionais operam em trajetória ascendente nesta manhã de sexta-feira (9). Na mesma direção estão os índices futuros de Nova York.

Ontem (8), o BCE (Banco Central Europeu) elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, algo que não era feito desde 2011. A autoridade monetária tenta, com isso, conter a inflação na zona do euro, que permanece em patamares históricos recordes.

Em comunicado, o BCE sinalizou que a estratégia deve ser mantida na próxima reunião, uma vez que há pressão no custo de vida da região, ocasionado, principalmente, devido ao aumento dos custos de energia como consequência da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Além disso, o presidente do Fed discursou ontem e, embora seu discurso não tenha trazido muitas novidades, a expectativa é de que o banco central americano também eleve a taxa básica de juros na reunião que ocorre no fim deste mês, em uma tentativa de conter a inflação americana.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (8) em leve alta de olho na política monetária no exterior. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,14%, a 109.916 pontos. Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores estão atentos à decisão do Banco Central Europeu, que elevou – pela primeira vez desde 2011 – a taxa básica de juros do bloco a 0,75%. Outro aspecto que tem mexido com a economia da Europa é o corte de gás da Rússia.

Nos Estados Unidos, o mercado repercute o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell. Na manhã de ontem, ele afirmou que a inflação dos EUA pode ser controlada sem custos sociais muito altos, com a promoção do pleno emprego e a estabilidade de preços.

Nas negociações do dia, o dólar perdeu força frente ao real, caindo 0,61%, negociado a R$ 5,206 na compra e na venda.

Europa

As bolsas europeias estão operando em alta nesta sexta-feira, em uma reação ao forte aumento da taxa básica de juros ontem pelo BCE. A expectativa da instituição é de que a economia da zona do euro entre em um cenário de estagnação no fim deste ano e no primeiro trimestre de 2023.

No comunicado divulgado durante o anúncio da elevação da taxa de juros, o BCE prevê crescimento maior do PIB (Produto Interno Bruto) da região em 2022, de 2,8% a 3,1%, mas cortou as estimativas para o ano que vem, de 2,1% a 0,9%, e de 2024, de 2,1% para 1,9%.

FTSE 100 (Reino Unido), +1,66%
DAX (Alemanha), +1,61%
CAC 40 (França), +1,76%
FTSE MIB (Itália), +2,09%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em alta e devem encerrar a semana dessa forma, como consequência do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o aperto monetário no país deve continuar para conter a escalada da inflação. A expectativa é de que a autoridade monetária eleve a taxa básica de juros americana em 0,75 ponto percentual.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,80%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,82%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,98%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam a semana em alta, repercutindo o discurso de Jerome Powell e da inflação chinesa abaixo do previsto. A inflação ao consumidor chinês atingiu 2,5% em agosto, abaixo da previsão do consenso Refinitiv de 2,8%.

Shanghai SE (China), +0,82%
Nikkei (Japão), +0,53%
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,69%
Kospi (Coreia do Sul), +0,33%

Petróleo

O contrato do petróleo tipo WTI e o Brent estão operando em alta nesta manhã de sexta-feira (9), após registrarem baixa no início do pregão. A exemplo do que ocorre com as bolsas, os investidores também estão preocupados com o futuro da economia, diante da alta dos juros na Europa e a perspectiva de aumento nos EUA. Além disso, pesa também nos mercados os efeitos do avanço da Covid-19 na China e o lockdown imposto em algumas localidades para conter o avanço da doença.

Petróleo WTI, +1,74%, a US$ 84,99 o barril
Petróleo Brent, +1,87%, a US$ 90,82 o barril

Agenda

Serão divulgados hoje os estoques no atacado de julho. O consenso Refinitiv aponta para avanço de 0,8% na comparação com junho

Por aqui, no Brasil, no campo político, os olhos estarão atentos à divulgação da pesquisa de intenções de votos Datafolha, que deve refletir as festividades do 7 de Setembro. No âmbito econômico, será divulgado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referente ao último mês de agosto, com previsão do consenso Refinitiv de deflação de 0,39% na comparação com julho e alta de 8,72% na base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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