Os protestos na China devido às medidas restritivas impostas para evitar a disseminação do coronavírus estão derrubando as bolsas internacionais nesta manhã de segunda-feira (28). No fim de semana, várias manifestações e bloqueios foram registrados no gigante asiático, com manifestantes pedindo inclusive a renúncia do presidente Xi Jinping.
Várias localidades chinesas reforçaram medidas de controle da Covid-19 à medida que os casos no país aumentam. São quase três anos de restrições, que têm afetado a economia chinesa, com consequências para outros países, uma vez que a China é a segunda maior economia do mundo e impulsionadora de vários mercados. O desemprego dos jovens na China se aproxima de uma taxa de 20%.
A China é, por exemplo, o segundo maior consumidor de petróleo do mundo e, devido aos protestos no país, os preços da commodity operam perto de novas mínimas este ano, à medida que as preocupações com a demanda preocupam esse mercado.
Já nos EUA, os investidores estão atentos a uma série de divulgações de dados importantes ao longo desta semana, as quais devem fornecer mais informações sobre a situação da economia da maior economia do mundo. Estão previstos os dados do PCE ( Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal, em português), na quinta-feira (1º), o payroll, na sexta-feira (2), e, na quarta-feira (30), o JOLTs, o Livro Bege e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (25) em forte queda, com o mercado reagindo mal ao discurso de Fernando Haddad em evento com banqueiros no mesmo dia. O ex-prefeito da capital paulista é cotado para assumir o Ministério da Fazenda do governo eleito. O principal índice da Bolsa Brasileira caiu 2,55%, a 108.977 pontos
Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores consideram que faltaram “sinais claros de controle de gastos” no discurso de Haddad. Também no evento, o presidente do Banco Central, Campos Neto, afirmou que o mercado já espera uma nova alta na Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, como consequência do aumento das incertezas trazidas pelos gastos públicos.
Nas negociações do dia, o dólar subiu 1,89%, cotado a R$ 5,41.
Europa
As bolsas europeias operam em baixa nesta segunda-feira, com os investidores repercutindo os protestos contra as medidas restritivas para controle da Covid na China. As manifestações ocorreram à medida que o governo chinês reforçou a política de Covid Zero, contrariando o que deu a entender no início do mês, de que iniciaria uma reabertura gradual da economia.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,60%
DAX (Alemanha), -0,23%
CAC 40 (França), -0,35%
FTSE MIB (Itália), -0,80%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã, enquanto investidores avaliam os impactos das manifestações da população chinesa contra a continuidade das duras restrições ao avanço da Covid no país.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,33%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,53%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,65%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam o pregão no negativo, em meio a protestos na China causados pela política contínua de Covid Zero. Milhares de chineses foram às ruas pedindo, inclusive, a renúncia do presidente Xi Jinping, algo incomum naquele país. Os protestos afetaram o câmbio, com o yuan offshore acentuadamente enfraquecido em relação ao dólar, depois de terminar a semana passada em torno de 7,20 por dólar.
Shanghai SE (China), -0,75%
Nikkei (Japão), -0,42%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,57%
Kospi (Coreia do Sul), -1,21%
Petróleo
As cotações do petróleo também recuam neste início de semana, devido aos protestos no segundo maior consumidor da commodity no mundo.
Petróleo WTI, -2,79%, a US$ 74,15 o barril
Petróleo Brent, -2,82%, a US$ 81,23 o barril
Agenda
A agenda do exterior tem como ponto alto a sexta-feira (2), quando serão divulgados dados do mercado de trabalho norte-americano. O consenso Refinitv aponta para a criação de 200 mil empregos em novembro, uma desaceleração em relação à outubro.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desembarcou em Brasília, ontem à noite (27), para assumir as negociações da PEC da Transição. Ele deve se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o do Senado, Rodrigo Pacheco, além de outras lideranças partidárias. Em indicadores, o Banco Central divulgará hoje o Boletim Focus, a taxa de inadimplência mensal e os estoques de crédito. A agenda da semana por aqui tem como destaque a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre deste ano, na quinta-feira (1). Na quinta também será divulgado o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e, um dia antes, na quarta-feira (30), a PNAD Contínua.
Redação ICL Economia
Com informações das agências