Enquanto as bolsas mundiais (Europa e Ásia) operam no positivo nesta manhã de quinta-feira (1º), os índices futuros dos EUA estão em trajetória de baixa, após o discurso dovish do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, ontem (30), ou seja, uma fala com indicações de que o ritmo de aumento das taxas de juros pode ser menor a partir da próxima reunião do comitê de política monetária, neste mês de dezembro.
Por outro lado, Powell disse que a política monetária seguirá restritiva para restaurar a estabilidade de preços exija manter a política em um nível restritivo por algum tempo.
Para hoje, os investidores aguardam a divulgação do índice de preços para despesas e consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), considerado o favorito do Fed para mensurar a inflação. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador em outubro, crescendo 0,3% na comparação com setembro, ante o avanço de 0,5% de agosto para setembro.
Também estão mexendo com os mercados nesta manhã as mudanças nas restrições da política Covid Zero na China nas últimas horas. O governo chinês aumentou as esperanças de que está a caminho um afrouxamento mais amplo nas regras para tentar controlar o avanço da doença no país.
Brasil
O Ibovespa encerrou a quarta-feira (30) alta de 1,42%, aos 112.486 pontos, na máxima do dia. O giro financeiro do pregão foi de R$ 39,9 bilhões. As atenções dos investidores, voltadas principalmente ao noticiário político nacional, levaram em conta as movimentações do cenário externo.
O evento mais aguardado do dia foi a fala de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos. O discurso do chairman foi considerado dovish (brando) pelos agentes de mercado, dando a entender que o ritmo de alta de juros no país deve desacelerar nos próximos meses.
Já o dólar fechou em queda de 1,63%, fechando a R$ 5.201 para compra e R$ 5.202 para venda.
Europa
As bolsas da Europa operam no positivo hoje, após o discurso do presidente do banco central dos EUA indicar redução no ritmo do aperto monetária, o que é capaz de mexer com toda a economia global. Já na zona do euro, a inflação caiu mais do que o esperado em novembro, alimentando as esperanças do mercado de que o crescimento recorde dos preços em todo o bloco atingiu o pico e que, por isso, o BCE (Banco Central Europeu) vai começar a desacelerar o ritmo do aumento da taxa de juros nos próximos meses.
A taxa de desemprego da região atingiu 6,5% em outubro, ligeiramente abaixo do consenso, que previa taxa de 6,6%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,14%
DAX (Alemanha), +0,59%
CAC 40 (França), -0,03%
FTSE MIB (Itália), +0,45%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em leve baixa nesta manhã de quinta-feira, após os fortes ganhos da véspera, depois da fala de Jerome Powell.
Hoje, os investidores aguardam os dados das solicitações de seguro-desemprego semanal, antes do tão esperado relatório de empregos (payroll) de novembro, que será divulgado na sexta-feira (2). Ainda hoje, também é aguardada a divulgação do índice de preços para despesas e consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), considerado o índice de inflação favorito do Fed.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,06%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,03%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,05%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam com alta no primeiro pregão de dezembro, após o Fed sinalizar redução do ritmo de aperto monetário e afrouxamento de restrições na China. Cidades chinesas começaram ontem a flexibilizar as regras para controlar casos de Covid-19, depois de uma série de protestos contra as mais rígidas restrições ao coronavírus do mundo.
No aspecto econômico, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de Manufatura Caixin/Markit da China atingiu 49,4, acima das expectativas, marcando o quarto mês consecutivo de contração.
Shanghai SE (China), +0,45%
Nikkei (Japão), +0,92%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,75%
Kospi (Coreia do Sul), +0,30%
Petróleo
As cotações do petróleo sobem nesta quinta-feira, após sinalizações de oferta mais restrita e pelo otimismo com a recuperação da demanda da China.
Petróleo WTI, +0,32%, a US$ 80,81 o barril
Petróleo Brent, +0,29%, a US$ 87,22 o barril
Agenda
Nos EUA, será divulgado o índice de preços para despesas e consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), considerado o favorito do Fed para mensurar a inflação e, a partir daí, definir o ritmo do reajuste dos juros. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador em outubro, com o núcleo subindo 0,3% na comparação com setembro – de agosto para setembro o PCE avançou 0,5%.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou suspender o pagamento das emendas de relator (orçamento secreto) após seus aliados no Congresso fecharem alianças com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ordem no Palácio do Planalto é não pagar mais nada neste ano. Já no campo econômico, o destaque vai para a publicação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do terceiro trimestre deste ano. O consenso Refinitiv projeta um crescimento de 0,7% na comparação com o segundo trimestre e de 3,7% em base anual.
Redação ICL Economia
Com informações das agências