Bolsas mundiais amanhecem no campo negativo com investidores monitorando dados econômicos globais

Por aqui, o Banco Central vai divulgar hoje de manhã a ata da última reunião do Copom, que reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
7 de novembro de 2023

As bolsas mundiais amanhecem no campo negativo, nesta terça-feira (7), em movimento diferente do fechamento da véspera, à medida que os investidores monitoram os dados econômicos globais e permanecem na expectativa para a fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, nesta quarta-feira (8).

Powell poderá dar mais clareza a respeito dos próximos passos da política monetária conduzida pelo banco central dos Estados Unidos. Hoje, estão previstas falas de cinco membros da autoridade monetária norte-americana, com grande poder de influência nos mercados.

Se, por um lado, os investidores colocam na balança a esperança de que a alta dos juros tenha acabado, Neel Kashkari, dirigente do Fed de Minneapolis, disse que ainda é cedo para cantar vitória e mais dados são necessários para saber se o “gênio da inflação foi colocado de volta na garrafa”.

Na semana passada, o Fed manteve as taxas inalteradas pela segunda reunião consecutiva, indicando que o ciclo de aperto está próximo do fim, o que trouxe certo alívio aos mercados.

Na Europa, os mercados europeus operam majoritariamente em baixa, à medida que o impulso positivo estagnou na região. O Stoxx 600 caiu 0,24% na abertura, com a maioria dos setores em queda.

Por lá, o destaque é para o setor de petróleo e gás, que caiu 1,2% depois que a gigante saudita Aramco relatou uma queda acentuada nos lucros, enquanto os serviços financeiros ganharam 0,56%.

Na Ásia, a China reportou uma queda pior do que o esperado nas exportações em outubro, enquanto as importações aumentaram surpreendentemente em comparação com o ano anterior.

Por aqui, o Banco Central vai divulgar hoje de manhã a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

A ata é considerada importante para que se possa compreender os rumos que serão tomados pelo Copom na política monetária, além de antecipar os próximos passos.

Brasil

O Ibovespa começou a semana em tom positivo. O principal indicador da Bolsa brasileira encerrou o pregão de segunda-feira (6) em alta de 0,23%, aos 118.431 pontos.

É a terceira vez consecutiva que o Ibovespa sobe, desta vez impulsionado pelos avanços do petróleo no mercado internacional e das bolsas de Nova York, em dia de agenda de indicadores mais esvaziada.

As atenções dos investidores se concentraram nas discussões sobre a meta fiscal e a reforma tributária no Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem (6) que o governo deve perseguir a meta de déficit zero em 2024.

Nas negociações do dia, o dólar encerrou com queda de 0,17%, a R$ 4,8879.

Europa

As bolsas da Europa operam majoritariamente em baixa. O Stoxx 600 teve queda de 0,24% na abertura, com a maioria dos setores em baixa, com destaque para o setor de petróleo e gás, que caiu 1,2% depois que a gigante saudita Aramco relatou uma queda acentuada nos lucros. Na outra ponta, os serviços financeiros ganharam 0,56%.

Entre os destaques da região, o grupo UBS reportou um prejuízo de US$ 785 milhões entre julho e setembro, em seu primeiro resultado negativo em quase seis anos, afetado pela integração com o Credit Suisse, que agregou US$ 2 bilhões às despesas.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,02%
DAX (Alemanha), -0,10%
CAC 40 (França), -0,19%
FTSE MIB (Itália), +0,17%
STOXX 600, +0,02%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de terça-feira após o ímpeto registrado no fim da semana passada.

Para hoje, os investidores aguardam dados da balança comercial dos Estados Unidos. Além disso, a temporada de balanços segue firme com resultados trimestrais da Disney e Wynn Resorts, que saem esta semana.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,19%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,18%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,11%

Ásia-Pacífico

As bolsas asiáticas fecharam com perdas generalizadas, com destaque para queda das ações da Coreia do Sul após forte alta da véspera.

No âmbito macroeconômico, a baixa generalizada das bolsas foi impulsionada por dados da balança comercial da China, bem como um aumento das taxas de juros do Banco Central da Austrália.

O governo chinês reportou uma queda pior do que o esperado nas exportações em outubro, de 6,4% ante o mesmo período do ano anterior, enquanto as importações aumentaram 3% em relação ao ano anterior. O mercado esperava queda de 3,3% das exportações em dólares e de 4,8% das importações.

O BC da Austrália aumentou a sua taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,35%, em linha com as expectativas de analistas.

Shanghai SE (China), -0,04%
Nikkei (Japão), -1,34%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,65%
Kospi (Coreia do Sul), -2,33%
ASX 200 (Austrália), -0,29%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, com dados econômicos mistos da China compensando o impacto da extensão dos cortes de produção da Arábia Saudita e da Rússia.

Petróleo WTI, -1,98%, a US$ 79,22 o barril
Petróleo Brent, -1,91%, a US$ 83,55 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, são aguardados para hoje os dados da balança comercial de setembro, com projeção LSEG de déficit de US$ 59,9 bilhões.

Também são aguardadas de falas de membros do Federal Reserve.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordenou uma reunião com líderes partidários da base do governo no Senado, na noite de ontem (6). O objetivo foi traçar estratégias finais para a votação da PEC 45/19, a Proposta de Emenda Constitucional da reforma tributária. O texto está pautado para ser votado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, nesta terça-feira, e também no plenário, no dia seguinte. Na seara de dados econômicos, o destaque é para a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que deve detalhar os aspectos envolvidos na tomada da decisão que cortou 0,50 ponto percentual da taxa Selic, para 12,25%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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