A compra do Credit Suisse pelo UBS, anunciada no fim de semana, impactou o início dos mercados mundiais nesta manhã de segunda-feira (20). As bolsas e os índices futuros dos EUA amanheceram no campo negativo, mas depois passaram a reduzir suas perdas.
No fim de semana, o UBS concordou em comprar o Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões. O acordo foi mediado pelo governo suíço com o objetivo de conter uma crise de confiança que ameaçava se espalhar pelos mercados financeiros globais. O banco combinado terá US$ 5 trilhões em ativos investidos, de acordo com o UBS.
Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) anunciou que se juntou a outros bancos centrais (Banco do Canadá, Banco da Inglaterra, Banco do Japão, Banco Central Europeu e Banco Nacional Suíço) para aumentar a frequência de seus acordos de linha de swap em dólares americanos de semanal para diário. Assim, pretendem aumentar a liquidez dos mercados.
O anúncio do acordo ocorre depois que o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank faliram nos EUA. Autoridades norte-americanas agiram rapidamente para que os problemas com as duas instituições não contaminassem os mercados globais. Dias depois, foi a vez de o Credit Suisse enfrentar problemas devido a uma crise de confiança, após inconsistências terem sido detectadas em seus balanços.
Amanhã (21), o Fed inicia sua reunião de dois dias para definir a nova taxa de juros. Diante do cenário envolvendo crises de bancos, os investidores avaliam que aumentou as chances de a autoridade monetária manter o aumento em 0,25 ponto percentual ou até mesmo de manter os juros no atual patamar.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (17) em queda com investidores atentos a crise global no setor bancário e também com o avanço do novo arcabouço fiscal no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,40%, aos 101.981 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, os dados da economia dos Estados Unidos e eventuais sinais sobre a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também ficaram sob os holofotes.
Nas negociações do dia do Ibovespa, dólar avançou 0,58% frente ao real, cotado a R$ 5,270 na compra e na venda, acumulando alta de 1,2% na semana.
Europa
As bolsas da Europa abriram em baixa nesta segunda-feira, sob o impacto do acordo de compra do Credit Suisse. Logo depois, no entanto, os mercados reverteram as perdas e passaram a operar no campo positivo. No início desta manhã, as ações do Credit Suisse recuavam 60%, enquanto as do UBS caíam 8%.
A presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, elogiou, em nota, “a ação rápida” e as decisões tomadas pelas autoridades suíças para garantir a estabilidade dos mercados.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,16%
DAX (Alemanha), +0,40%
CAC 40 (França), +0,45%
FTSE MIB (Itália), +0,39%
STOXX 600, +0,19%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA reverteram as perdas do início desta manhã e passam a operar, em sua maioria, no azul, com os investidores ainda digerindo o acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS. Além disso, seguem cautelosos depois da falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank no início deste mês.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,07%
S&P 500 Futuro (EUA), 0%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,12%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam com baixa, também repercutindo os temores de que uma crise bancária se espalhe por todo o sistema financeiro global.
Shanghai SE (China), -0,48%
Nikkei (Japão), -1,42%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,65%
Kospi (Coreia do Sul), -0,69%
ASX 200 (Austrália), -1,38%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com baixa após abertura positiva, também sentindo os efeitos da compra do Credit Suisse pelo UBS.
Petróleo WTI, -2,29%, a US$ 65,21 o barril
Petróleo Brent, -2,33%, a US$ 71,27 o barril
Agenda
Agenda internacional esvaziada nesta segunda-feira. As atenções se voltam para o início da reunião do Fed (Federal Reserve) amanhã (21). A reunião termina na quarta-feira (22), com o anúncio da nova taxa de juros dos EUA.
Por aqui, no Brasil, os investidores também aguardam pela decisão sobre juros do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quarta-feira (22). A expectativa é que o Banco Central mantenha a Selic nos atuais 13,75% ao ano, apesar da pressão do governo e de uma ala de economistas para que os juros sejam reduzidos. Na agenda de hoje está prevista a divulgação do Boletim Focus.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney