A maioria das bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos operam com perdas nesta manhã de segunda-feira (26), com investidores repercutindo os PMIs (índices de gerentes de compras) divulgados na semana passada, que vieram abaixo do esperado, e discursos de membros de bancos centrais pelo mundo, mostrando que a economia global não está em uma zona confortável.
Outra notícia que contribuiu para agitar os mercados mundiais neste início de semana foi a tentativa de golpe do grupo Wagner, na Rússia.
Esta semana será bastante agitada tanto aqui como fora do Brasil. Nos Estados Unidos e na Europa, serão divulgados dados da inflação de maio, indicadores importantes e que podem sinalizar os próximos passos das autoridades monetárias em relação às taxas de juros. No Brasil, saem dados do mercado de trabalho, a prévia da inflação e a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Além disso, o CMN (Conselho Monetário Nacional) se reúne na quarta-feira (28) para definir a meta de inflação para o Brasil em 2026 e deve reafirmar a dos anos de 2024 e 2025.
Nos Estados Unidos, o principal indicador econômico será divulgado na sexta-feira (30), o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos EUA. O indicador é visto como importante para definir os próximos passos do Fed (Federal Reserve) em sua próxima reunião de política monetária. O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%.
No Brasil, sai a ata da mais recente reunião do Copom, na qual a taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A expectativa é que a ata tenha um tom mais ameno que o comunicado emitido com a decisão na semana passada e que nela o BC sinalize quando deve iniciar a trajetória de queda da taxa básica de juros.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (23) em leve alta, marcado por maior aversão ao risco com sinais mais duros de bancos centrais globais no combate à inflação e dados econômicos piores do que o esperado. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,04% nesta sexta, aos 118.977 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, no Brasil os investidores seguiram repercutindo o comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil (BC) — que manteve os juros em 13,75% ao ano pela sétima reunião consecutiva —, além de acompanhar a tramitação da reforma tributária no Congresso.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar comercial fechou subindo 0,12%, a R$ 4,777 na compra e a R$ 4,778 na venda. Na semana, a divisa americana recuou 0,85% frente ao real.
Europa
As bolsas da Europa começaram positivas, mas viraram para baixa, com a maioria dos setores registrando perdas. As maiores quedas registradas pelos bancos.
Mexeu com os mercados a breve rebelião do grupo militar privado Wagner, na Rússia, que contribuiu para elevar os preços do petróleo na sessão de hoje.
Mas, na semana passada, o índice de referência SOTXX 600 caiu em cinco sessões consecutivas, refletindo o sentimento global negativo, principalmente após as decisões de bancos centrais pelo mundo.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,73%
DAX (Alemanha), -0,60%
CAC 40 (França), -0,65%
FTSE MIB (Itália), -1,02%
STOXX 600, -0,56%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa no começo da última semana de negociação de junho.
Os rendimentos do Tesouro dos EUA também recuam nesta manhã de segunda-feira, com investidores aguardando lançamentos de novos dados econômicos que podem fornecer informações sobre o estado de saúde da economia americana, além de falas de membros do Fed sobre os próximos passos da política monetária do país.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,19%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,24%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,32%
Ásia
As bolsas da Ásia iniciaram a semana no vermelho, com exceção do Kospi, da Coreia do Sul. Por lá, os mercados acompanham os movimentos negativos nos Estados Unidos na sexta-feira passada, quando quebraram uma seqüência de altas de várias semanas.
Shanghai SE (China), -1,48%
Nikkei (Japão), -0,25%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,51%
Kospi (Coreia do Sul), +0,47%
ASX 200 (Austrália), -0,29%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com leve alta, à medida que investidores observam com cautela se haverá mais consequências de uma tentativa de insurreição na Rússia, que poderia interromper o fornecimento de energia de uma das maiores nações produtoras de petróleo do mundo.
Mercenários liderados por Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner de milícia privada, marcharam em direção a Moscou no sábado, no que foi visto como a maior ameaça aos 23 anos de poder de Vladimir Putin. Contudo, a rebelião durou pouco tempo.
Petróleo WTI, +0,16%, a US$ 69,27 o barril
Petróleo Brent, +0,22%, a US$ 74,01 o barril
Agenda
Agenda internacional de indicadores esvaziada nesta segunda-feira. Mas, na sexta-feira (30), nos EUA, sai o PCE, índice de preços de gastos com consumo no país. O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%.
Na quarta-feira (28), o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um painel com outros presidentes de Bancos Centrais.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou que não tem como uma reforma complexa como a tributária ser unanimidade. Disse também que a reforma é uma necessidade do Brasil e que esse otimismo está dentro do Congresso. Na seara econômica, saem hoje os dados da confiança do consumidor de junho e o Boletim Focus do Banco Central.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
