As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos reagem, nesta manhã de sexta-feira (15), aos dados econômicos melhores que o previsto da China e, também, aos fortes resultados da economia norte-americana divulgados ontem (14).
Do lado chinês, as vendas no varejo cresceram 4,6% em agosto em comparação ao ano anterior, 3% acima do previsto por analistas. Por sua vez, a produção industrial da segunda maior economia do mundo aumentou 4,5% no período em relação à mesma base do ano anterior, também melhor do que a previsão de 3,9%.
Na véspera, os EUA divulgaram o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que subiu 0,7% em agosto ante julho, de acordo com dados dessazonalizados. O índice de demanda final subiu 1,6% nos 12 meses encerrados em julho.
A inflação do setor produtivo em julho foi maior que a esperada pelo consenso de analistas, que previa alta de 0,4% na comparação mensal. Ante julho de 2022, a previsão era de alta de 1,2%.
O avanço de agosto do PPI foi o maior desde junho de 2022, quando a taxa mensal chegou a 0,9%.
Os sinais de melhoria da economia chinesa e os dados mais fortes dos Estados Unidos na véspera reforçaram o apetite de investidores por risco.
Ainda na China, o Banco Popular da China reduziu a taxa de depósito compulsório dos bancos em 25 pontos base, mesma proporção do corte mais recente, feito em março. O objetivo é levar os credores a apoiar as medidas do governo para estimular a economia, que já traz sinais de melhora.
Como consequência dessa decisão, as cotações do petróleo subiram para as máximas de dez meses, depois que Pequim cortou as exigências de reservas de caixa dos bancos para impulsionar a sua recuperação econômica.
Para hoje nos Estados Unidos, os investidores aguardam os dados da produção industrial referente ao mês de agosto. O consenso Refinitiv aponta para alta mensal de 0,1%.
Por aqui, saem dados de vendas do varejo no mês de julho. No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca hoje para Havana, capital de Cuba, para participar da cúpula do G77+China.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (14) em alta, apoiado pelas ações dos setores de mineração e siderurgia e acompanhando também o otimismo das bolsas no exterior. O principal índice da Bolsa brasilera subiu 1,03%, aos 119.392 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, investidores repercutiram a divulgação de números do setor de serviços brasileiro, que vieram positivos, e novos dados econômicos na Europa e nos Estados Unidos.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar caiu 0,91% frente ao real, cotado a R$ 4,8721.
Europa
As bolsas da Europa operam com alta, com os investidores repercutindo o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros da zona do euro, anunciado pelo BCE (Banco Central Europeu) ontem.
No entanto, membros da autoridade monetária da região sugeriram que os juros não devem subir mais neste momento, e que, portanto, as taxas poderão manter-se estáveis por um tempo.
Foi o10º aumento consecutivo nos juros do BCE. Com a decisão, a taxa de refinanciamento da autoridade monetária passará de 4,25% a 4,50%, a de depósitos, de 3,75% a 4%, e a de empréstimos, de 4,50% a 4,75%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,81%
DAX (Alemanha), +1,15%
CAC 40 (França), +1,55%
FTSE MIB (Itália), +0,77%
STOXX 600, +0,93%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com alta em sua maioria e caminham para encerrar a semana no azul. O Dow Jones está a caminho de um ganho de quase 1% em sua segunda semana positiva de três. O S&P e o Nasdaq sobem cerca de 1,1% e 1,2%, respectivamente, em busca da terceira semana positiva em quatro.
Para hoje, os investidores aguardam a leitura preliminar do sentimento do consumidor em setembro, bem como os preços de importação e exportação no mês de agosto. Os dados de produção industrial e manufatureira de agosto também serão divulgados.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,20%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,06%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,10%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam em alta em grande parte, impulsionados por dados econômicos da China acima do esperado.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuperou-se e subiu 1%, mas índice de Shanghai caiu 0,28%, arrastado para baixo pelas ações de utilidade pública.
O Nikkei 225, do Japão, subiu 1,1% para fechar em 33.533,09 pontos, seu nível mais alto em mais de dois meses, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, avançou 1,1%, para fechar em 2.601,28 pontos, o maior nível desde 10 de agosto.
Shanghai SE (China), -0,28%
Nikkei (Japão), +1,10%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,75%
Kospi (Coreia do Sul), +1,10%
ASX 200 (Austrália), +1,29%
Petróleo
Os preços do petróleo subiram para o seu nível mais alto em 10 meses nesta sexta-feira, com o anúncio de estímulos econômicos na China, e devido às expectativas de que os principais ciclos globais de subida das taxas de juro estavam a aproximar-se do fim.
Petróleo WTI, +0,40%, a US$ 90,52 o barril
Petróleo Brent, +0,36%, a US$ 94,04 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, será divulgada hoje a produção industrial de agosto. O consenso Refinitiv aponta para alta mensal de 0,1%.
Também sai o relatório sobre confiança do consumidor da Universidade de Michigan.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) marcou para 22 de setembro o início do julgamento virtual do recurso contra a decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por 8 anos. Bolsonaro foi condenado pelo TSE por ter realizado reunião com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT. O tribunal reconheceu que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Na seara econômica, a semana termina com a divulgação das vendas do varejo brasileiro de julho. A expectativa do mercado é de contração mensal de 0,8% no índice amplo.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney