Com a ata da última reunião do Fed e o PPI no radar, bolsas mundiais e índices futuros operam em alta

Por aqui, às vésperas do feriado de Nossa Senhora Aparecida e B3 fechada (retorna na sexta-feira, 13), o destaque fica com o IPCA, referente ao mês de setembro.
11 de outubro de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos operam com alta, nesta manhã de quarta-feira (11), dia de divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve), realizada nos últimos dias 19 e 20 de setembro. Os investidores também seguem ligados nos desdobramentos do conflito entre Israel e Hamas, que entra em seu quinto dia.

Ainda hoje, as expectativas também estão em torno da divulgação do Índice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês). O consenso Refinitiv projeta alta mensal de 0,3% e de 1,6% na base anual.

A semana começou carregada de declarações de membros do banco central norte-americano. Com as divulgações da ata mais o PPI, os investidores tentarão esboçar conclusões sobre a evolução da política de juros do Fed, se haverá uma pausa ou mais aperto nos próximas reuniões.

Recentemente, a dirigente da instituição em São Francisco, Mary Daly, disse que as condições financeiras mais restritivas, acentuadas pela alta recente dos prêmios dos títulos do Tesouro, podem significar que o banco central “não precisa fazer tanto”.

O comentário é o último a indicar um cenário mais “brando” para a política monetária dos EUA, aumentando entre os investidores a esperança de que os aumentos dos juros possam estar perto do fim. Ao menos por enquanto.

Na Ásia, os mercados também fecharam em alta nesta quarta-feira. Das notícias da região, a China estaria considerando aumentar seu déficit orçamentário para 2023 para turbinar seu crescimento, segundo informações da Bloomberg.

O país estuda emitir pelo menos 1 trilhão de yuans (US$ 137 bilhões) de dívida soberana adicional para gastos com infraestrutura. Isso marcaria uma mudança de estratégia do país, já que o governo tem evitado, até agora, um estímulo fiscal mais amplo.

Por aqui, às vésperas do feriado de Nossa Senhora Aparecida e B3 fechada (retorna na sexta-feira, 13), o destaque fica com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de setembro.

O consenso Refinitiv projeta alta de 0,34% frente agosto (ante avanço de 0,23% no mês passado) e de 5,27% frente setembro de 2022.

Brasil

Ibovespa acompanhou o tom positivo dos mercados internacionais no pregão de terça-feira (10), encerrando o dia com alta de 1,37%, aos 116.736 pontos.

Apesar de os analistas ainda estarem com o conflito entre Israel e o Hamas no radar, o fechamento da Bolsa brasileira acompanhou o bom humor do mercado internacional, influenciado pelas informações envolvendo a política monetária dos Estados Unidos e os novos estímulos na China.

Os juros dos títulos da dívida norte-americana fecharam em baixa, ainda repercutindo declarações do vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, de que o nível dos Treasurys serão considerados na próxima decisão do Fomc, Comitê de Mercado Aberto do Fed, em novembro. Com o alívio, Wall Street fechou o dia no azul.

O dólar à vista fechou a R$ 5,0562, em baixa de 1,44%.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta hoje, depois de registrarem seu melhor desempenho diário em quase um ano. Um dos fatores que ajudaram a impulsionar a alta foram as falas de membros do Fed, que reduziram a pressão ontem em um ambiente assombrado pela tensão no Oriente Médio.

Membros da autoridade monetária norte-americana sugeriram que os recentes aumentos nos rendimentos do Tesouro podem reduzir a necessidade de aumentar a taxa dos Fed Funds, reduzindo as expectativas de taxas máximas.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,24%
DAX (Alemanha), +0,07%
CAC 40 (França), -0,46%
FTSE MIB (Itália), +0,33%
STOXX 600, +0,17%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com ganhos nesta manhã de quarta-feira à medida que as expectativas das taxas de juros estão sendo reduzidas e os rendimentos dos títulos estão em queda.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse ontem que achava que os aumentos das taxas tinham ido longe o suficiente e que a esperança está fluindo, novamente, para um pico nas taxas.

Os Investidores também estão à espera de dados de inflação ao produtor e ata da última reunião do Fomc, enquanto se preparam para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de amanhã (12).

Dow Jones Futuro (EUA), +0,13%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,15%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,20%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam com alta generalizada, com as ações sul-coreanas liderando os ganhos da região.

Na China, as vendas no varejo no período de férias de 29 de setembro a 5 de outubro aumentaram 9% em relação ao ano anterior, de acordo com reportagens da mídia estatal sobre dados do Ministério do Comércio. Os números excluíram o último dia do feriado da Semana Dourada.

Analistas apontaram fatores que incluem o impacto da crise imobiliária – uma vez que grande parte da riqueza das famílias está no setor imobiliário – e um declínio nos gastos do governo devido a problemas de dívida local como razões que contribuem para o abrandamento dos gastos dos consumidores.

Shanghai SE (China), +0,12%
Nikkei (Japão), +0,60%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,29%
Kospi (Coreia do Sul), +1,98%
ASX 200 (Austrália), +0,68%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com baixa, à medida que diminuíam as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento devido ao conflito entre Israel e o grupo Hamas.

O Brent e o WTI subiram mais de US$ 3,50 na segunda-feira, à medida que os confrontos militares aumentaram os temores de que o conflito pudesse se espalhar para além de Gaza, mas diminuíram na sessão de terça-feira.

Petróleo WTI, -0,36%, a US$ 85,69 o barril
Petróleo Brent, -0,30%, a US$ 87,37 o barril

Agenda

Na agenda internacional desta quarta-feira  estão a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed, realizada nos últimos dias 19 e 20 de setembro, e o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês). A média das projeções do mercado aponta para alta de 0,3% em relação a agosto e inflação de 12 meses em 1,6%.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), transferiu para o dia 24 de outubro a apresentação do relatório final da proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O novo cronograma prevê agora a votação da reforma entre os dias 7, 8 e 9 de novembro no plenário do Senado. Braga enfrenta, de um lado, dificuldades para acomodar as pressões de senadores que defendem setores e atividades em busca de benefícios com tributação reduzida. De outro, há um grupo de senadores que prefere discutir mais a proposta e deixar a votação para o ano que vem. Entre eles, o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Na seara econômica, sai hoje o IPCA de setembro. O consenso Refinitiv prevê alta mensal de 0,34% e de 5,27% na base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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