Bolsas mundiais e índices futuros operam em alta no último dia do Fórum Econômico Mundial

Hoje, estão previstos discursos da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, do governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, e da diretora administrativa do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva
20 de janeiro de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros de Nova York operam em alta nesta manhã de sexta-feira (20), a despeito das preocupações com o futuro da economia mundial. Ao longo desta semana, vários dados econômicos e resultados corporativos das empresas jogaram um balde de água fria no ânimo dos investidores, por indicarem que o aperto monetário por parte do Fed (Federal Reserve) pode continuar, ainda que em um ritmo menor em relação ao ano passado.

A partir de agora, agentes do mercado ouvirão atentamente os discursos dos membros do Fed antes da reunião do banco central de fevereiro, buscando pistas sobre o tamanho do aumento de juros que provavelmente está por vir.

Nesta sexta-feira, termina o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, onde formuladores de políticas e CEOs têm discutido as principais questões relacionadas à economia, mercados financeiros, geopolítica e mudanças climáticas, principalmente em um cenário em que as grandes economias enfrentam aumento do custo de vida e da inflação.

Hoje, estão previstos discursos da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, do governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, e da diretora administrativa do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva.

As falas poderão ser um termômetro do que está por vir em termos de políticas econômicas nas principais nações em um mundo com uma série de desafios pela frente.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (19) em alta, repercutindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de agentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,62%, cotado a 112.922 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, a alta foi puxada pelo bom desempenho da Petrobras. No cenário local, o mercado segue repercutindo falas do presidente Lula da Silva no campo econômico. Na quarta-feira (18), o presidente concedeu sua primeira entrevista à imprensa após os atos golpistas em Brasília. Em conversa com a jornalista Natuza Nery, da Globonews, ele afirmou que a atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atrapalha o crescimento da economia.

Nas negociações do dia,  o dólar comercial fechou em alta de 0,16%, cotado a  R$ 5,170 na compra e a R$ 5,171 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam em alta nesta manhã, revertendo parte das perdas obtidas ontem. Ainda que os dados econômicos e corporativos divulgados ao longo desta semana tenham baixado o ânimo dos agentes do mercado financeiro, a preocupação agora é com o futuro da política monetária das principais economias do mundo.

No âmbito regional, as vendas no varejo do Reino Unido caíram inesperadamente 1% no mês de dezembro, muito em função da inflação local que tem impactado no custo de vida da população.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,40%
DAX (Alemanha), +0,35%
CAC 40 (França), +0,46%
FTSE MIB (Itália), +0,75%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA abriram em alta nesta manhã, com investidores de olho na política monetária do Fed e resultados corporativos. Analistas acreditam que o Federal Reserve encerrará seu ciclo de aperto, reduzindo o ritmo de alta dos juros para 25 pontos-base. Na última reunião, em dezembro, o aumento foi de 0,50 ponto percentual.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse ontem que o BC dos EUA tem mais aumentos de juros pela frente e vê sinais de que as pressões inflacionárias podem estar começando a desacelerar dos níveis mais altos.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,10%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,15%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,29%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam em alta generalizada no pregão de hoje, com investidores digerindo os dados de inflação do Japão. O índice nacional de preços ao consumidor subiu 4% em dezembro em uma base anualizada, o ritmo mais rápido desde 1981.

Shanghai SE (China), +0,76%
Nikkei (Japão), +0,56%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,82%
Kospi (Coreia do Sul), +0,63%

Petróleo

Os preços do petróleo operam em alta com o otimismo entre os agentes de que o Fed encerrará seu ciclo de aperto monetário, impulsionando a economia e aumentando a demanda por combustível. Houve também aumento da demanda chinesa por petróleo em quase 1 milhão de barris por dia (bpd) em relação ao mês anterior, para 15,41 milhões de bpd em novembro. É o nível mais alto desde fevereiro.

Petróleo WTI, +0,92%, a US$ 81,07 o barril
Petróleo Brent, +0,68%, a US$ 86,75 o barril

Agenda

Depois de uma semana cheia de dados econômicos e resultados corporativos importantes, nos EUA, investidores aguardam para hoje informações de vendas de casas usadas de dezembro.

Por aqui, no Brasil, no âmbito político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião com Josué Gomes, presidente da Fiesp; o Ministro da Defesa, José Múcio; o comandante do Exército, general Júlio Arruda; comandante da Marinha, Almirante Marcos Olsen; e comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno. No campo econômico, agenda de indicadores esvaziada. Os olhos dos investidores está de olho nos desdobramentos do caso Americanas, que ontem teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do Rio de Janeiro. A varejista alega ter dívidas de R$ 43 bilhões com mais de 16 mil credores, a maioria bancos.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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