Bolsas mundiais e índices futuros operam no azul, após semana recheada de dados econômicos importantes e discursos de membros do Fed

Em suas falas, membros do banco central dos EUA deram sinais distintos sobre o futuro da política de juros. Enquanto alguns defendem que o ciclo de aperto deve ser maior para controlar a inflação, outros dizem que um reajuste na taxa de juros mais lento e constante deve ser o adotado
3 de março de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos EUA estão operando no campo positivo nesta manhã de sexta-feira (3), com investidores fazendo um balanço dos dados econômicos publicados esta semana e repercutindo os comentários de autoridades do Fed (Federal Reserve), com indicações de que o ciclo de aperto monetário não acabou e pode ainda ser maior. Para hoje, os agentes aguardam a divulgação do índice de gerentes de compras (PMIs) de fevereiro.

Em discurso ontem (2), o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o banco central americano pode manter seus aumentos nas taxas de juros na faixa do 0,25 ponto percentual, ou seja, mais lento e constante.

Por outro lado, outros membros da autoridade monetária norte-americana indicaram, ao longo da semana, que o reajuste pode ser de 0,5 ponto percentual. É o caso do governador do Fed, Christopher J. Waller, que adotou um tom mais duro em seus comentários, dizendo que o banco central pode adotar uma taxa terminal mais alta se a inflação se mostrar muito resiliente.

Nesta sexta-feira, estão previstos mais discursos de membros do Fed, como o da governadora da instituição, Michelle Bowman, e do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin.

Na Europa, os mercados também operam com alta, assim como ocorreu no dia anterior, com os investidores também repercutindo os dados econômicos publicados durante a semana. Por lá, os dados de inflação vieram acima do esperado.

Por isso, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse ontem que levar a inflação para sua meta de 2% ainda levará tempo e, portanto, o aumento de 50 pontos-base nas taxas de juros não está descartado.

Na Ásia, os mercados também fecharam com alta, seguindo os ganhos de Wall Street. Na região, a notícia mais importante da semana foi que o setor de serviços da China registrou um salto na atividade, indicando uma recuperação do gigante asiático.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (2) em queda, pressionado pela piora dos papéis da Petrobras e com investidores repercutindo a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,01%, aos 103.326 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, investidores acompanharam com atenção a primeira coletiva de imprensa do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Ele disse hoje que a empresa pode seguir outros referenciais fora da Paridade de Preços de Importação (PPI) para definir seus preços. De acordo com Prates, a PPI é uma “abstração”, e a Petrobras vai “praticar preços competitivos como ela achar melhor”. A Paridade de Preços de Importação (PPI) consiste em vender a gasolina e o diesel com base no custo de importação do produto para o Brasil.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar subiu 0,24% frente ao real, cotado a R$ 5,203 na compra e a R$ 5,204 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta, estendendo os ganhos da sessão passada, à medida que os investidores avaliam dados econômicos publicados durante a semana. Na região, os dados de inflação vieram acima do esperado. Na zona do euro, a inflação caiu de 8,6% para 8,5%, mas o núcleo subiu de 5,3 para 5,6. Os preços também subiram inesperadamente na Alemanha, França e Espanha .

FTSE 100 (Reino Unido), +0,35%
DAX (Alemanha), +0,87%
CAC 40 (França), +0,56%
FTSE MIB (Itália), +1,00%
STOXX 600, +0,59%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leve alta na sessão de hoje, com os investidores repercutindo os discursos de membros do Fed ao longo da semana, os quais deram sinais controversos sobre o futuro da política monetária.

Ainda assim, os principais índices caminham para uma semana positiva. O S&P 500 acumula alta de 0,28%, enquanto o Nasdaq acumula alta de 0,60%. O Dow subiu 0,57% na semana.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,06%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,15%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta, seguindo os demais mercados e com os investidores também repercutindo as indicações sobre o futuro da política monetária norte-americana. Além disso, também repercutem os dados da região, com especial atenção para o setor de serviços da China, que registrou um salto na atividade. O índice do gerente de compras de serviços da Caixin/S&P Global ficou em 55 em fevereiro ante 52,9 em janeiro, mostrando um leve aquecimento.

Já o índice de gerentes de compras (PMI) da indústria da Índia para fevereiro chegou a 55,3. Embora seja um pouco menor do que os 55,4 registrados em janeiro, o número ficou acima da média de longo prazo de 53,7.

Shanghai SE (China), +0,54%
Nikkei (Japão), +1,56%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,68%
Kospi (Coreia do Sul), +0,17%
ASX 200 (Austrália), +0,39%

Petróleo

Os preços do petróleo ficaram próximas da estabilidade, uma vez que os sinais de uma forte recuperação econômica na China, principal importador de petróleo bruto, foram compensados ​​por temores sobre o impacto de possíveis aumentos nas taxas de juros na Europa.

Petróleo WTI, +0,04%, a US$ 78,19 o barril
Petróleo Brent, +0,02%, a US$ 84,76 o barril

Agenda

Nos EUA, será divulgado hoje o índice preços ao produtor (PPI) de janeiro e o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de fevereiro. Além disso, os investidores também aguardam novos discursos de membros do Fed.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à Band News ontem, voltou a criticar a política monetária conduzida pelo Banco Central e o atual patamar da taxa Selic, mantida a 13,75% ao ano. No campo econômico, saem hoje os dados do índice preços ao produtor (PPI) de janeiro e o Índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de fevereiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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