Na véspera da ‘Super Quarta’, bolsas mundiais operam mistas e índices futuros seguem em alta moderada

Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, serão anunciadas decisões sobre as taxas de juros nesta quarta-feira (20). Por lá, a expectativa é de manutenção, enquanto por aqui as projeções indicam corte de 0,50 ponto percentual.
19 de setembro de 2023

Começa, nesta terça-feira (19), a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que anunciará amanhã (20) uma pausa ou não no ciclo de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Na expectativa com o resultado do encontro, as bolsas da Europa operam sem direção definida, enquanto os índices futuros seguem em alta, ainda que moderada.

Assim como nos Estados Unidos, também começa hoje a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil.

A expectativa por aqui é que a autoridade monetária siga com a trajetória de corte na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25% ao ano. Resta saber de quanto será o corte, mas as apostas convergem para uma redução de 0,50 ponto percentual. Já nos Estados Unidos, a maioria dos analistas acredita na manutenção dos Fed Funds, atualmente entre 5,25% e 5,50%.

Além das decisões sobre os juros, o que inclui também Japão e Inglaterra, os investidores acompanham o avanço consistente dos preços do petróleo, com potencial de se tornar uma nova fonte de pressão inflacionária.

Ainda nos Estados Unidos, também está no radar dos mercados a greve do setor automotivo. O sindicato norte-americano United Auto Workers (UAW) pretende ampliar as greves ao meio-dia de sexta-feira (22) se não houver um “progresso sério” nas negociações com General Motors, Ford e Stellantis. Segundo a Bloomberg, as empresas afirmam que a entidade reduziu sua exigência de um aumento salarial de 40% para 36%.

Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam com baixa em sua maioria, à medida que investidores digeriam a ata da última reunião do BC da Austrália, quando a autoridade monetária local disse que poderá ser necessário um maior aperto da política monetária se a inflação persistir acima da prevista.

Por lá, os investidores também aguardam a decisão a respeito da taxa de referência (LPR) de um e cinco anos da China. A expectativa é de manutenção dos atuais patamares.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (18) em queda, após passar boa parte do pregão oscilando entre altas e baixas. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,40%, aos 118.288 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, além das expectativas pelas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, que acontecem em reuniões dos bancos centrais na quarta-feira (20), investidores também repercutiram hoje no Ibovespa o novo Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central do Brasil (BC), que traz projeções sobre os principais indicadores econômicos do país.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar caiu 0,31% frente ao real, cotado a R$ 4,856 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam sem direção única, com investidores à espera da reunião de política monetária dos EUA e com a repercussão dos dados de inflação ao consumidor da zona do euro de agosto.

A taxa de inflação anual da região foi de 5,2% em agosto de 2023, ante 5,3% em julho. Um ano antes, a taxa era
9,1%.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,20%
DAX (Alemanha), -0,04%
CAC 40 (França), +0,26%
FTSE MIB (Itália), +0,50%
STOXX 600, +0,19%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leves ganhos, com os investidores na expectativa do início da reunião do Fomc, do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).

De acordo com a ferramenta FedWatch do CME GroupAgentes, 99% dos analistas acreditam que o BC americano não deve elevar os juros desta vez. Porém, para 34% há uma chance de aumento em novembro.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,09%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,11%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia-Pacífico fechou no vermelho nesta terça-feira, à medida que investidores repercutiram a ata da última reunião do Banco Central da Austrália, onde o banco havia dito que a inflação no país ainda era “demasiado elevada”.

Em comunicado, a autoridade monetária australiana também acrescentou que deveria ser concedido mais tempo para ver os efeitos do aperto da política monetária, que acontece desde maio de 2022.

Shanghai SE (China), -0,03%
Nikkei (Japão), -0,87%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,37%
Kospi (Coreia do Sul), -0,60%
ASX 200 (Austrália), -0,47%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com valorização e caminham para quarta alta consecutiva, uma vez que a fraca produção de xisto nos EUA estimulou novas preocupações sobre um déficit de oferta resultante de cortes prolongados de produção por parte da Arábia Saudita e da Rússia.

Petróleo WTI, +1,45%, a US$ 92,81 o barril
Petróleo Brent, +0,84%, a US$ 95,21 o barril

Agenda

Nos EUA, o destaque de hoje são os dados do mercado imobiliário, que sinalizarão como está a economia do país. Nesta manhã, haverá a divulgação das licenças de construção e do número de construções de habitações iniciadas, ambos de agosto, que deverão mostrar que o mercado imobiliário está estabilizando.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a expectativa é para o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (19), a partir das 10h (horário de Brasília), na abertura da 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Entre os temas que devem ser abordados pelo chefe do Executivo brasileiro está a necessidade de uma reforma no sistema de governança global. De acordo Lula, o modelo que vigora atualmente, criado após a Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21. Na seara econômica, será divulgado o IBC-Br, considerado “a prévia do PIB”, às 9h. O consenso do mercado é de uma alta de 0,2% na base mensal e que o número fique estável no ano.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg

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