Repercutindo movimento da véspera, bolsas mundiais operam no negativo em dia de dados econômicos importantes

Nos EUA, saem hoje o PIB preliminar do terceiro trimestre, os dados de núcleo do índice de preços PCE do período e pedidos de bens duráveis de setembro. Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) deve manter os juros no patamar atual.
26 de outubro de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros de Nova York acompanham, nesta manhã de quinta-feira (26), o movimento do dia anterior, quando fecharam no negativo após pressão dos Treasury yields, e as repercussões do discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, no fim da tarde.

O temor de escala da guerra no Oriente Médio aumentou a aversão ao risco entre os investidores ontem (25), que procuraram abrigo nos títulos do Tesouro norte-americano. Isso fez com que os rendimentos dos Treasurys subissem, pressionando os indicadores.

Quanto à fala de Powell, não houve menções à política monetária nem aos rumos atuais da economia. A próxima reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto, na tradução) do Fed acontecerá em 1º de novembro.

Nesta quinta-feira, segue no radar dos investidores a tensão no Oriente Médio e a divulgação de importantes dados econômicos, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Nos EUA, sai hoje o PIB (Produto Interno Bruto) preliminar do terceiro trimestre, com estimativa de alta de 4,3%. Também serão divulgados os dados de núcleo do índice de preços PCE do período, com expectativa de aumento de 2,5%, e pedidos de bens duráveis de setembro (+1,7%).

No campo político, após três semanas sem presidente na Câmara dos Representantes dos EUA, o partido Republicano chegou a um consenso para eleição de Mike Johnson, da Louisiana. Ele obteve 220 votos contra 209 atribuídos ao líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries.

Na Europa, as bolsas também amanhecem em queda, com os investidores atentos à temporada de balanços, o avanço dos rendimentos dos Treasuries e à decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre os juros. O mercado espera que o índice seja mantido em 4% (anual).

Brasil

O Ibovespa terminou a quarta-feira (25) em queda de 0,82%, aos 112.829 pontos, devido à piora da aversão ao risco nos mercados internacionais.

Nos Estados Unidos, o mercado financeiro começou o dia em movimento de baixa e a piora do cenário geopolítico impactou de vez o humor dos investidores.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está se preparando para uma operação terrestre na Faixa de Gaza, sem dizer nem quando ou como fará.

A fala de Netanyahu provocou uma corrida dos investidores para os Treasurys (títulos do Tesouro dos EUA, considerados o investimento mais seguro do mundo), em busca de proteção, devido ao temor de aumento da escalada do conflito.

Esse movimento pressionou o rendimentos (yelds) dos títulos, impactando as bolsas de valores em Nova York e os ganhos dos juros futuros (DIs) no Brasil durante o dia. No entanto, no fim do pregão os DIs conseguiram se descolar do exterior devido às perspectivas mais positivas para os dados de inflação de amanhã (26), medidos pelo IPCA-15.

Nas negociações do dia, o dólar encerrou em alta de 0,16%, negociado a R$ 5,0017.

Europa

As bolsas da Europa operam com grandes perdas nesta manhã, com o foco dos investidores voltado para os resultados do terceiro trimestre, os rendimentos dos títulos do governo norte-americano e para a decisão do BCE sobre os juros.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,76%
DAX (Alemanha), -1,25%
CAC 40 (França), -0,86%
FTSE MIB (Itália), -0,86%
STOXX 600, -0,87%

Estados Unidos

Os futuros de Nova York também operam em baixa hoje, dia em que os investidores aguardam uma série de dados econômicos, como os dados preliminares do PIB do terceiro trimestre e do núcleo do PCE, além de manterem as atenções voltadas ao avanço dos Treasury yelds e aos desdobramentos da guerra no Oriente Médio.

Outro assunto importante no radar são os balanços corporativos. A Meta, controladora do Facebook, divulgou números considerados positivos. Contudo, o ambiente econômico frustrou as expectativas do mercado com os resultados futuros da Meta, após a empresa afirmar que a perspectiva de receita é incerta para 2024.

Por sua vez, a IBM reafirmou a perspectiva de maior receita no ano após informar um aumento de 4,6% nas vendas (US$ 14,8 bilhões) no trimestre até setembro, um pouco melhor do previsto pelo mercado.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,32%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,6%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,96%

Ásia-Pacífico

As bolsas asiáticas também fecharam em queda hoje, exceto o índice de Shanghai. Por lá, os investidores ainda repercutem o aumento de estímulos fiscais por parte do governo chinês para impulsionar o crescimento econômico do país e trazer alívio para o setor imobiliário.

Shanghai SE (China), +0,48%
Nikkei (Japão), -2,14%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,24%
Kospi (Coreia do Sul), -2,71%
ASX 200 (Austrália), -0,61%

Petróleo

O recuo de hoje no petróleo traz alívio após fechamento em alta ontem, devido às especulações sobre uma eventual escalada da guerra entre Israel e Hamas. A valorização reflete um movimento especulativo de que um possível envolvimento de grandes produtores de petróleo, como Irã e EUA, poderia resultar problemas na oferta.

Petróleo WTI, -0,91%, a US$ 84,57 o barril
Petróleo Brent, -0,74%, a US$ 89,42 o barril

Agenda

Saem hoje, nos Estados Unidos, o PIB preliminar do terceiro trimestre, o núcleo do índice PCE, pedidos de bens duráveis, auxílio-desemprego e vendas pendentes de casas.

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) divulga decisão de política monetária, seguida de coletiva. A projeção do mercado é de manutenção dos juros em 4%.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite (25) o Projeto de Lei 4.173/23, que tributa investimentos em fundos exclusivos no Brasil e fundos offshore (mantidos por brasileiros no exterior, principalmente em paraísos fiscais). O texto agora segue para análise do Senado Federal. Na seara econômica, saem os dados do IPCA-15, com projeção de alta de 0,20% na comparação mensal e 5,04% no acumulado de 12 meses, e o índice de preços ao produtor.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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