A crise política no Reino Unido derrubou os índices futuros dos EUA e a maioria das bolsas asiáticas nesta sexta-feira (21). Ontem (20), Liz Truss renunciou ao cargo de primeira-ministra, jogando mais pessimismo nos mercados a respeito de uma possível recessão global. Com os índices inflacionários nas alturas, é certo de que a maioria dos bancos centrais optarão por uma política monetária mais austera.
Truss foi forçada a renunciar depois de tentar implementar um programa econômico que abalou os mercados e a estabilidade financeira do país. O substituto dela será eleito até 28 de outubro.
Além disso, os dados econômicos do Reino Unido preocupam. Os números de vendas no varejo foram menores do que o esperado, com queda de 1,4% em setembro, ficando 1,3% abaixo dos níveis pré-Covid em fevereiro de 2020.
No velho continente, também preocupa as lideranças a crise de energia provocada pela guerra na Ucrânia. Os líderes da União Europeia estão debatendo como lidar com o problema do bloco enquanto se reúnem em Bruxelas, depois que a Alemanha deu luz verde para discussões sobre um teto de preço de energia.
Nos EUA, dirigentes do Fed (Federal Reserve) continuam emitindo sinais para o mercado de que mais aperto monetário vem aí. O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disse ontem que o banco central não terminou de aumentar sua meta de taxa de curto prazo em meio a níveis muito altos de inflação.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (20) em alta, puxado pelas ações da Vale, Petrobras e outras exportadoras de commodities, com destaque para petróleo e minério de ferro. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,77%, a 117.171 pontos.
Segundo analistas financeiros, o mercado externo operou, em geral, em queda repercutindo a piora da inflação na Europa, com inflação ao produtor na Alemanha vindo bem alta, e também pela renúncia da primeira-ministra britânica, Liz Truss.
O dólar perdeu 1,07% frente ao real, cotado a R$ 5,217 na compra e a R$ 5,218 na venda.
Europa
As bolsas asiáticas operam em baixa nesta manhã de sexta-feira. Investidores seguem repercutindo a renúncia da primeira-ministra britânica Liz Truss após apenas seis semanas no cargo.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,74%
DAX (Alemanha), -1,59%
CAC 40 (França), -1,74%
FTSE MIB (Itália), -1,67%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa hoje, caminhando para a terceira queda consecutiva, com aumento das apostas em juros mais altos na maior economia do mundo.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,44%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,63%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,98%
Ásia
A maioria dos mercados asiáticos fechou no negativo, com exceção de Shanghai, da China, à medida que investidores avaliam dados de inflação de várias economias.
No Japão, o iene fechou em 150,20 por dólar, depois de atingir uma nova baixa de 32 anos de 150,29 durante o pregão. A moeda japonesa caiu quase 1% esta semana e está a caminho da décima derrota semanal consecutiva. Além disso, o índice de inflação ao consumidor do Japão acelerou para uma nova alta de oito anos de 3,0% em setembro, o que deve testar a determinação do Banco do Japão de manter taxas de juros ultrabaixas.
Shanghai SE (China), +0,13%
Nikkei (Japão), -0,43%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,42%
Kospi (Coreia do Sul), -0,22%
Petróleo
As cotações do petróleo operam em baixa, devido às preocupações dos agentes com a inflação alta e dúvidas se a China vai mesmo aumentar sua demanda pela commodity.
Petróleo WTI, -1,29%, a US$ 83,42 o barril
Petróleo Brent, -1,10%, a US$ 91,36 o barril
Agenda
A semana externa termina com poucos dados relevantes. O destaque vai para a divulgação da confiança do consumidor na zona do euro de outubro, com previsão de menos 30 pontos, ante menos 28,8 pontos de setembro.
Por aqui, no Brasil, o movimento maior continua vindo do cenário político. O segundo turno tem movimentado o mercado nas últimas sessões. No cenário econômico, nenhum dado relevante será divulgado hoje.
Redação ICL Economia
Com informações das agências
