Brasil discorda de proposta da Rússia para sistema de pagamentos exclusivo entre Brics

A opção será por um sistema que funcione de maneira global e não restrito a alguns países
14 de abril de 2022

O governo brasileiro discorda da proposta feita pela Rússia de um sistema de pagamentos integrado, via Swift, exclusivo entre os países dos Brics (grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) por conta das sanções impostas no continente norte-americano e europeu à Rússia.

Neste mês, o ministro das finanças russo, Anton Siluanov, havia defendido a proposta ao dizer em reunião do grupo que a situação econômica global havia piorado bastante devido às sanções impostas em meio à guerra na Ucrânia. Estados Unidos e aliados bloquearam o acesso do Banco Central da Rússia (BCR) às suas reservas internacionais. 

A situação da economia russa mudou dramaticamente por causa das sanções impostas por estados estrangeiros. Em estudo detalhado sobre os efeitos das sanções, o Institute of International Finance acredita que as retaliações vão provocar uma queda do PIB russo neste ano, entre outras previsões sombrias.

Segundo Anton Siluanov, isso leva à necessidade de acelerar o trabalho na integração de sistemas de pagamentos e cartões e na criação de um sistema próprio de comunicação financeira no grupo, com ampliação do uso de moedas nacionais.

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Economia do Brasil, Erivaldo Gomes, afirmou nesta quinta-feira (14) que o sistema de pagamentos usado hoje, o Swift, precisa passar por atualização, por isso, disse, o Brasil apoia a construção de um novo sistema de pagamentos, no entanto, a opção será por uma plataforma que funcione de maneira global e não restrito a alguns países.

“A gente observa que um pagamento (via Swift) às vezes leva dois ou três dias para chegar ao sujeito do outro país. É um processo caro, burocrático, demorado, que não é compatível com as demandas da economia de hoje”, disse.

Gomes informou que o tema foi levantado pelos russos em recente reunião dos Brics, mas não está na agenda do grupo. “Nossa visão é que faz sentido uma solução global”, disse.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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