O Brasil gerou 196,9 mil empregos com carteira assinada em abril deste ano, segundo o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. De acordo com o governo, esse é o resultado da diferença entre 1,85 milhão de contratações e 1,66 milhão de demissões registrados em abril.
Ao final de abril de 2022, o Brasil tinha saldo de 41,4 milhões de empregos com carteira assinada. Isso representa aumento na comparação com março deste ano (41,3 milhões de empregos) e, também, com abril de 2021, quando o saldo estava em 38,8 milhões com abertura de 89,5 mil empregos.
No entanto, no acumulado de janeiro a abril, foram 770,6 mil vagas, contra 894,7 mil no mesmo período de 2021.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril deveriam ter sido divulgados em maio. Segundo o governo, a demora se deve a um atraso da Dataprev no repasse de informações devido à necessidade de realizar um novo processamento de dados sobre empregos com carteira assinada. A Dataprev é uma empresa pública que fornece soluções de tecnologia da informação e comunicação para o governo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, para o menor nível desde 2016. Mas a falta de trabalho ainda atinge 11,3 milhões de brasileiros.
Em abril de 2020, no início dos efeitos da pandemia da Covid-19 na economia, foram fechadas 981,8 mil empregos com carteira assinada.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia para analisar os empregos com carteira assinada.
Empregos com carteira assinada crescem em quatro setores. Agropecuária tem demissões
Os números do Caged de abril de 2022 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia: serviços, indústria, construção e comércio. Houve demissões na agropecuária. Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões do país no mês passado.
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.906,54 em abril deste ano, o que representa alta real, com os valores sendo corrigidos pelo INPC, de R$ 15 em relação a março (R$ 1.891,54).
Na comparação com abril do ano passado, porém, o salário médio de admissão recuou, pois estava em R$ 2.089,90 naquele mês.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não inclui os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Para os economistas do ICL André Campedelli e Deborah Magagna, o Brasil está seguindo uma tendência global em relação aos números relativos ao desemprego. O movimento de queda pode ser observado em diversos países como Itália, Alemanha e nos Estados Unidos. Eles destacam, inclusive, que o Brasil demorou para melhorar e seguir essa tendências. “Outro ponto que deve ser levado em consideração é que, apesar da redução na taxa de desocupação no país, houve pouca melhora em relação ao rendimento do trabalhador brasileiro”, afirmam os economistas.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias