Janones e Eduardo Moreira sugerem ‘Carta do Povo’ que fale ‘do arroz com o feijão na mesa’

Impedir a ruptura institucional é tão importante quanto falar a linguagem das pessoas pobres que não conseguem comprar comida no supermercado
16 de agosto de 2022

O deputado federal André Janones (Avante-MG) e o economista Eduardo Moreira lançaram, durante o ICL Notícias desta segunda-feira (15), o que vêm chamando de “Carta do Povo”. Segundo eles, o documento pretende usar uma linguagem das pessoas comuns para defender a democracia. “Vamos falar no popular, a defesa do povão, do arroz com o feijão na mesa”, explica Janones. “A gente tem que impedir a ‘ruptura institucional’ e também impedir que ferrem com o pobre que não está dando conta de comprar comida no supermercado. São as duas linguagens”, continua. Janones desistiu de sua candidatura à Presidência da República no dia 4 de agosto para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O economista Eduardo Moreira, que é sócio-fundador do ICL, afirmou: “É uma carta escrita pelo povo brasileiro que não tem escuta, que não tem palco no noticiário”.

A ideia, de acordo com o deputado, é que a classe política, a imprensa e os chamados formadores de opinião ouçam os cidadãos comuns. “Agora somos nós que vamos descer do palco e vamos ficar lá embaixo. E vamos pegar quem normalmente está no público, a plateia, e vamos colocá-la em cima do palco. Vamos sentar no lugar dela e vamos falar: ‘vamos lá, agora é hora de a gente ouvir vocês. O que vocês têm para nós?’”, ilustra Janones.

Para Eduardo Moreira, a ideia é que o protagonismo seja “das pessoas que trabalham como motorista de caminhão, de aplicativo, enfermeira, servente de pedreiro, pessoas aposentadas, quem não trabalha”. Contribuições para serem aproveitadas na Carta do Povo podem ser enviadas a partir do site https://cartadopovo.com.br/.

Em menos de 24 horas, mais de 12 mil pessoas contribuíram com a carta e enviaram sua sugestão sobre “o que é democracia para você”.

Interatividade nas redes pode engajar a Carta do Povo

Em seu perfil no Twitter, o analista de redes sociais Pedro Barciela comenta avaliação de que, entre os 30 posts que mais “engajaram sobre Auxílio no último mês, a dupla Lula/Janones produziu 3,5 milhões de interações”. Segundo ele, Jair Bolsonaro, Flávio, Eduardo, Zambelli e (o deputado Carlos) Jordy (PL-RJ), somados, não chegam a 1 milhão de interações sobre o tema”.

Na mesma linha, o pesquisador de mídias sociais, Fabio Malini postou, no sábado (13), que André Janones alcançou o primeiro lugar da categoria “post político em português” no Facebook. “Nos últimos três meses, já são 25 milhões de views (visualizações)”, escreveu. Para otimizar a influência digital, segundo ele, mais impactante do que dar entrevistas ao vivo para os “seus” canais é o candidato abrir a campanha para que as pessoas conversassem diretamente com ele em lives do Facebook.

Malini diz ainda que o mais importante no trabalho em rede é “a ação sincronizada”, o que faz com que o impacto na audiência seja mais forte. Se a rede age sincronizada, o impacto na audiência é mais forte. “Ou seja: Lula deve atuar em lives, mas Janones para Lula também”, opina Malini.

No sábado (13), o evento Luladay, promovido por fãs da cantora Anitta, foi o tema mais comentado na manhã daquele dia nas redes. A estratégia foi os usuários postarem motivos para votar em Lula. Personalidades, artistas, políticos e intelectuais também deixaram recados.

O professor de Direito da Universidade de Fortaleza Marcelo Uchôa, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, levantou a importância das redes para o enfrentamento às fake news. “Pra ganhar precisamos reconhecer que o bolsonarismo mantém domínio no meio. Estão atacando com tudo nas redes.”

Com informações da Rede Brasil Atual

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