Ao contrário das refinarias de petróleo estatais da Índia, que fizeram uma série de propostas para comprar o Ural bruto, o produto que é carro-chefe da Rússia, além de outros tipos, traders dizem que as processadoras estatais da China negociam de forma privada com os vendedores, segundo noticiou a agência Bloomberg.
Também as refinarias independentes da China estão comprando discretamente, de acordo com traders, que pediram para não serem identificados, pois a informação é confidencial.
A maioria dos compradores evitou o petróleo russo após a invasão da Ucrânia, temendo danos à sua reputação ou infringir sanções. As refinarias independentes da China, que respondem por um quarto da capacidade de processamento do país e estão localizadas principalmente na província de Shandong, compraram uma quantidade do petróleo do tipo ESPO do porto de Kozmino, no leste da Rússia, segundo traders.
As recentes compras por refinarias independentes são para carregamento em maio e os processadores chineses estão continuamente fazendo perguntas sobre o petróleo russo, disseram operadores. O ESPO é o tipo de petróleo preferido porque pode ser enviado para portos menores, que não são capazes de descarregar navios maiores, e por uma distância menor, reduzindo custos.
Algumas empresas conversam com traders sobre opções de financiamento e verificam a disponibilidade de navios para transportar o petróleo a um preço razoável, e também estão considerando comprar o petróleo Ural. As cargas dos Urais compradas por processadores estatais são para entrega em junho, acrescentaram.
O comércio de petróleo russo diminuiu após a invasão da Ucrânia. Compradores e vendedores dispostos estão sendo forçados a se envolver em negociações privadas depois que algumas ofertas não atraíram lances. A Shell recebeu fortes críticas após a compra dos Urais pouco depois do início da guerra.
Outro tipo de petróleo bruto da Rússia, Sokol, também está fluindo para a Índia. A estatal Indian Oil e a Hindustan Petroleum compraram alguns carregamentos de Sokol em maio da ONGC Videsh, uma sócia do projeto Sakhalin-I, segundo traders. As cargas vem a partir do terminal De-Kastri. Indian Oil, Hindustan Petroleum e ONGC não quiseram comentar.
A Sakhalin Oil, do Japão, conhecida como SODECO, que também tem participação acionária na Sakhalin-I, não quis comentar sobre suas futuras exportações de petróleo Sokol. Traders disseram que alguns compradores do norte da Ásia provavelmente levarão seus carregamentos já comprometidos em maio.
Até agora, a Índia comprou pelo menos 13 milhões de barris de Urais desde o final de fevereiro, segundo dados compilados pela Bloomberg, com a Indian Oil comprando mais 3 milhões de barris em sua última licitação. Os volumes para o país foram em média de cerca de 128.000 toneladas por mês em 2021, de acordo com cálculos da Bloomberg com base em dados de rastreamento de navios. Ural é enviado de portos nos mares Báltico e Negro.
Com informações das agências internacionais