Somente na noite desta segunda-feira (4), o ministério de Minas e Energia confirmou o que todos já davam como certo durante todo o dia: que o empresário Adriano Pires havia desistido de assumir a presidência da Petrobras. A carta de desistência foi enviada ao ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia).
O motivo da desistência são os conflitos de interesse que ele enfrentaria na Petrobras. Pires tem há mais de 20 anos uma empresa, o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), que presta consultoria a multinacionais de petróleo, gás e energia. Ele é o “chamado lobista do setor”, e entre seus clientes está o empresário e sócio de distribuidoras de gás Carlos Suarez, que é citado numa investigação do Ministério Público Federal sobre fraudes num fundo de investimento que teria dado prejuízos aos fundos de pensão dos funcionários da Caixa Econômica, da Petrobras e do Banco do Brasil.
Ingerência do governo
No domingo (3), Rodolfo Landim também informou que havia desistido da indicação para ser presidente do Conselho da Petrobras. Na investigação do MPF, os procuradores afirmaram que Landim repassou o dinheiro que tinha numa conta na Suíça ao empresário Carlos Suarez. Rodolfo Landim foi denunciado no ano passado e chegou a ser considerado réu, mas a Justiça Federal suspendeu as investigações.
Os procuradores do MPF ainda pediram a apuração sobre uma possível ingerência indevida do governo Bolsonaro na troca da presidência da estatal, uma vez que não houve transparência nem justificativa técnica para a troca.
Esta será a terceira troca no comando da empresa durante a gestão Bolsonaro e a decisão do economista gerou um impasse. Agora o governo tem poucos dias para conseguir um substituto para presidir a Petrobras. Isto porque a troca dever ser anunciada no próximo dia 13 de abril, durante a assembleia geral de acionistas da empresa.
Informações veiculadas pela mídia dizem que, com a desistência de Adriano Pires, o ministro Paulo Guedes (Economia) tenta emplacar o nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade. No entanto, a indicação de Paes de Andrade não é tão segura porque ele não tem o requisito básico exigido pelo estatuto da companhia de notório conhecimento do setor de óleo, gás e energia.
Redação ICL Economia
Com informações das agências