O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (19), o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que registrou queda de 2,5% em julho, na comparação com o mês anterior. O desempenho negativo sucedeu o avanço de 1,4% observado em junho. Com isso, o resultado para o trimestre móvel encerrado em julho foi uma queda de 0,3%, na margem.
O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Entre os seus componentes, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) recuou 3,5% em julho e as importações de bens industriais tiveram alta de 0,2% no mês, conforme a tabela abaixo:
Na comparação com os mesmos períodos de 2022, ocorreram recuos de 5,2% do indicador mensal de julho e de 2,6% no trimestre móvel. A demanda por bens industriais retrocedeu 1,1% no acumulado em doze meses até julho, corroborando o cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE).
Com relação às classes de produção, o segmento da indústria extrativa caiu 16,6% e foi um dos responsáveis pelo desempenho negativo do indicador em julho. No trimestre móvel, a contribuição da indústria extrativa também foi negativa. Já a indústria de transformação teve um recuo de 1,8%, na margem. Com isso, o setor permaneceu praticamente estável no trimestre móvel (-0,1%).
A análise das grandes categorias econômicas aponta quedas de 5,7% na demanda por bens de capital e 2,4% na demanda por bens intermediários, em relação a junho. O destaque positivo ficou por conta do segmento de bens de consumo duráveis, que avançou 4,6% e devolveu parcialmente a queda de 5,7% no período anterior.
Nove dos 22 segmentos da indústria de transformação tiveram desempenho positivo frente a junho. Entre os que possuem peso relevante, os principais avanços ficaram por conta de “outros equipamentos de transporte” e “produtos alimentícios”, com altas de 22,5%, e 2,2%, na margem, respectivamente. Em relação ao trimestre móvel, 16 segmentos registraram crescimento na comparação dessazonalizada, com destaque para o consumo aparente de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” e “metalurgia”, com altas de 6,3% e 5,7%, nesta ordem.
Acesse a íntegra do indicador no blog da Carta de Conjuntura.
Do Ipea