Datafolha: Bolsonaro tem pior avaliação de um presidente em primeiro mandato desde a redemocratização do país

No fim de 1998, já reeleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava uma aprovação de 35% e uma reprovação de 25%. Já tendo vencido a reeleição em 2006, Lula tinha 52% de ótimo/bom e 14% de ruim/péssimo.
30 de dezembro de 2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem a pior avaliação ao fim de primeiro mandato desde a redemocratização do país, em 1985. Pesquisa Datafolha divulgada ontem (29) mostra Bolsonaro com reprovação de 37% e aprovação de 39%. Outros 24% consideram sua administração regular, enquanto 1% não opinou, segundo o estudo realizado em 19 e 20 de dezembro com 2.026 eleitores de 126 cidades.

Os dados foram divulgados por Igor Gielow na Folha de S.Paulo. No fim de 1998, já reeleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava uma aprovação de 35% e uma reprovação de 25%, com 37% o considerando regular. Nos estertores de 2006, já tendo vencido sua reeleição, Lula tinha 52% de ótimo/bom, 14% de ruim/péssimo e 34% de regular.

Dilma Rousseff (PT), por sua vez, era aprovada por 42%, reprovada por 14% e vista como regular por 34% no fim de 2014 — ela acabaria impedida no meio de seu segundo mandato, em 2016.

Não entram na comparação direta campeões de popularidade ou impopularidade. No primeiro quesito, vence Lula ao fim do segundo mandato em 2010, com 83% de aprovação. No segundo, Fernando Collor antes de perder a cadeira no impeachment de 1992, com 68% de insatisfeitos.

Bolsonaro apontou o ápice de sua aprovação no segundo semestre de 2020, como efeito do auxílio emergencial

Ao longo de seu tumultuado mandato, pontuado por crises políticas, retórica golpista e a pandemia da Covid-19, Bolsonaro tinha tido o ápice de aprovação no segundo semestre de 2020 —quando os efeitos do auxílio emergencial, devido à crise sanitária, foram intensos entre o eleitorado mais pobre.

Nas medições do Datafolha de junho e de dezembro daquele ano, Bolsonaro teve 37% de aprovação. Agora, voltou ao nível e o ultrapassou numericamente, cortesia do processo eleitoral em que acabou apenas a 2 milhões de votos de Lula — essa avaliação final agora, aliás, empata com a registrada às vésperas do segundo turno.

Já seu pior momento foi extenso, tendo o auge em dezembro de 2021, antes do início da campanha eleitoral. Há um ano, 53% consideravam o governo ruim ou péssimo, repetindo uma aferição do setembro anterior.

Ali, a turbulência já havia encontrado a apoplexia das manifestações golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro, o coração do governo havia sido entregue ao centrão para evitar um colapso político e o governo não se acertava acerca dos benefícios que acabariam condensados no Auxílio Brasil.

Ao fim de seu governo, Bolsonaro entrega um país melhor na opinião de 39%, o mesmo índice daqueles que o aprovam. De forma similar, 36% dizem que os quatro anos do presidente legaram um Brasil piorado, enquanto 24% veem tudo igual. Não opinaram 1%.

Lula, que volta agora ao poder, encerrou seu primeiro mandato em 2006 com 84% dos brasileiros acreditando que seu governo havia deixado um país melhor e 12%, um pior.

Rede Brasil Atual, com informações da Folha de S.Paulo

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