Empresária e podcaster Déia Freitas, do ‘Não Inviabilize’, mostra como as relações de trabalho podem ser mais justas

Em participação na edição de sexta-feira (30) do ICL Mercado e Investimentos, ela contou a experiência aos economistas e apresentadores Deborah Magagna e André Campedelli.
3 de setembro de 2024

Foi a partir da experiência das relações precarizadas no mercado de trabalho na área da moda que a empresária Déia Freitas criou o podcast “Não Inviabilize”, que conta com mais de 100 milhões de reproduções, mais de 1 milhão de ouvintes e mais de 140 mil reproduções por episódio. Ela foi a entrevistada do ICL Mercado e Investimentos da última sexta (30).

Diariamente, ela conta histórias que recebe de gente de todo o Brasil. “Foi a minha primeira experiência trabalhando com internet. Eu não sabia como ia ser, então eu vi ali que eu precisava de algumas pessoas para me ajudar, mas não sabia se aquele negócio ia funcionar ou não”, disse.

Ao contratar a equipe, ela buscou adotar uma forma mais justa de se relacionar com os trabalhadores. “Eu contratei as pessoas que eu tenho hoje inicialmente como PJ [Pessoa Jurídica] mesmo, mas tendo muito cuidado com a relação que o PJ tem, porque muita gente contrata o PJ e ele acaba cumprindo o horário, cumprindo hierarquias que são características da CLT. Então a gente conversava só uma vez por semana e se baseava ali naquelas entregas”, disse.

Apesar disso, ela explicou que esse tipo de relação sempre a incomodou. “Mas eu não tinha uma estabilidade financeira ainda para contratar essas pessoas como CLT. Então, acho que ali no final do primeiro ano eu consegui realmente me estabilizar e trouxe as pessoas que estavam trabalhando comigo de PJ como CLT. Mas duas das pessoas que que eu contratei como CLT não se adaptaram”, contou.

Ela também adotou outras medidas, como buscar uma equipe mais diversa, dando espaço para pessoas pretas e indígenas. O caminho não foi fácil e ela chegou a ser vítima de ódio na internet.

Outra iniciativa adotada foi dividir os lucros da empresa com os funcionários. “Se eu não tivesse essas pessoas trabalhando comigo, eu não teria o dinheiro que eu consegui ter. Então esse dinheiro também é dessas pessoas”, frisou.

Por três anos, ela juntou o equivalente a R$ 230 mil para cada trabalhador, mas o dinheiro foi distribuído com a garantia de que fosse usado para a compra da casa própria, “porque eu acho muito importante que todo mundo tenha uma moradia própria”, por entender que essa é uma das “seguranças de quem é da classe trabalhadora”.

“Quem achou o apartamento de R$ 230 mil ou menos, ficou com a diferença, e quem achou um apartamento um pouquinho mais caro, absorveu essa diferença para si”, afirmou.

Veja a entrevista com Déia Freitas na íntegra no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos

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