Ex-presidenta Dilma Rousseff é eleita a Mulher Economista de 2023

Enquanto a grande mídia tenta minimizar o prêmio, nota do Cofecon/Corecons diz que a honraria foi concedida pela "importância de reconhecer e valorizar as mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social".
12 de dezembro de 2023

A ex-presidenta Dilma Rousseff foi eleita, no sábado passado (9), a Mulher Economista de 2023. A premiação, concedida pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne os conselhos federal e regionais de economistas, contribui para coroar o ano da ex-presidenta, vítima de um golpe em 2016, que a tirou da Presidência da República.

Em março deste ano, Dilma assumiu o comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco dos Brics, com sede em Xangai, na China.

À frente da instituição, ela liberou um empréstimo de US$ 1 bilhão ao Brasil, para financiar projetos de micro, pequenas e médias empresas, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O acordo foi fechado em 12 de outubro.

A votação do prêmio foi secreta e ocorreu durante uma plenária da Cofecon, realizada em formato híbrido. O prêmio será entregue em 2024, durante a posse da nova diretoria do conselho, em data a ser confirmada.

“A premiação marca não apenas a celebração do mérito da economista, mas também destaca a importância de reconhecer e valorizar as mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social”, disse o Cofecon, em nota.

Enquanto a grande mídia tentou minimizar a importância da premiação, houve quem a comemorasse nas redes sociais. A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), publicou o seguinte post em sua rede social X (antigo Twitter): “Mesmo com toda a misoginia, machismo e mentiras com que sempre atacaram sua competência, Dilma Rousseff, mais uma vez, mostra toda a sua grandeza. A ex-presidenta do Brasil, que hoje preside o Banco do BRICS, foi eleita a Mulher Economista de 2023 pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne os conselhos federal e regionais de economistas. Um merecido reconhecimento ao trabalho de uma das mulheres que mais dignifica e orgulha o povo brasileiro. Viva Dilma!”.

Conselho diz que escolha de Dilma Rousseff reflete sua expertise no campo econômico

Trecho da nota do Cofecon/Corecons diz ainda que a escolha de Dilma reflete sua expertise no campo econômico e seu papel fundamental na implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil.

“O Sistema Cofecon/Corecons reafirma seu compromisso com a promoção da igualdade de gênero e o reconhecimento do talento feminino em todas as esferas profissionais”, disse.

Dilma Rousseff foi ministra nos dois primeiros governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), tendo comandado os ministérios de Minas e Energia e Casa Civil. Lula chegou chamar Dilma de “mãe do PAC”, o Programa de Aceleração do Crescimento.

Depois, Lula apoiou a candidatura de Dilma como sua sucessora na Presidência. Em 2010, ela foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Em 2014, foi reeleita, vencendo o então senador Aécio Neves (PSDB).

Em 2016, Dilma foi vítima de um golpe armado pelo seu vice-presidente Michel Temer e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Acabou tendo seu mandato cassado na Câmara e no Senado, por crime de responsabilidade, sob o argumento de ter cometido pedaladas fiscais (neste caso, abertura de crédito orçamentário sem aval do Congresso).

A decisão, no processo e no mérito, foi acompanhada sem contestação pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Porém, em agosto deste ano, o TRF-1(Tribunal Regional Federal da 1ª Região) manteve, por unanimidade, a decisão que arquivou a Ação de Improbidade Administrativa que investigava as supostas “pedaladas fiscais” atribuídas à ex-presidente, ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e ao ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

A 10ª Turma do TRF julgou uma apelação do MPF (Ministério Público Federal) contra decisão de primeira instância que, no ano passado, arquivou a ação contra os acusados.

Dilma e os demais integrantes de seu governo foram acusados pelo MPF de improbidade pelo suposto uso de bancos públicos para “maquiar o resultado fiscal”, atrasando por parte da União repasse de valores às instituições.

Dilma e Mantega foram excluídos do processo que tramitou na 4ª Vara Federal em Brasília. Em seguida, a ação contra os demais acusados também foi arquivada sem resolução de mérito, ou seja, não foi analisada por falta de fundamentação das acusações.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S. Paulo

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