Dívida global atinge recorde de US$ 305 trilhões no 1º trimestre

Aumento nos níveis de dívida global, principalmente dos governos de países emergentes, colocou a transparência no centro das atenções
18 de maio de 2022

A dívida global aumentou US$ 3,3 trilhões para um novo recorde de mais de US$ 305 trilhões no primeiro trimestre de 2022, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), que reúne 450 bancos em 70 países. De acordo com relatório da instituição, o aumento foi impulsionado em grande parte pela China (US$ 2,5 trilhões) e pelos Estados Unidos (US$ 1,8 trilhões). Em contraste, a dívida total na zona do euro caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, aponta o IIF.

Em 348% do PIB global, a dívida está 15 pontos porcentuais abaixo de seu pico, no primeiro trimestre de 2021, com “o crescimento mais forte do PIB nominal ajudando a reduzir os índices”, aponta o IIF.

O movimento reflete o aumento da inflação, e o índice dívida global em relação ao PIB caiu pelo quarto trimestre consecutivo no primeiro trimestre de 2022, destaca o levantamento.

O aumento foi impulsionado principalmente por empréstimos corporativos, excluindo financeiros, e dos governos no geral, com dívidas fora do setor financeiro agora chegando a US$ 236 trilhões – quase US$ 40 trilhões desde o início da pandemia, destaca.

A marca inédita da dívida global, US$ 305 trilhões, é atingida no momento em que os Estados Unidos iniciam um ciclo de aumento das taxas de juros para combater a inflação. O movimento deve encarecer e dificultar, para muitos países, o refinanciamento de seus débitos, sobretudo os denominados em dólar, já que a moeda tende a se valorizar com os juros americanos em alta.

Já a dívida dos mercados emergentes está agora aproximando-se de um recorde de US$ 100 trilhões, indica o estudo.

Argentina e Chile têm débitos em dólares e euros (de empresas, bancos e governos) equivalentes, respectivamente, a 56% e 62% de seu PIB. A Turquia, com 97%, é o emergente mais exposto a turbulências no mercado internacional.

O Brasil aparece em situação confortável, com dívidas em moeda estrangeira equivalentes a 27,5% do PIB. A maior parcela (15,4%) refere-se ao endividamento de empresas não financeiras. Bancos respondem por 8,2%, e o governo, por 4% —o que limita bastante o impacto da alta de juros global sobre a dívida pública.

Dívida global coloca transparência no centro das atenções

Enquanto que os níveis de dívida e tolerância diferem significativamente entre os países emergentes e setores, o aumento acentuado nos níveis de dívida de tais governos colocou a transparência no centro das atenções, aponta o IIF. A falta de transparência muitas vezes significa custos de empréstimos mais altos e acesso limitado a mercados de capitais privados para mutuários emergentes, afirma a instituição.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.