Os mercados mundiais iniciam, esta sexta-feira (29), operando no campo positivo, com os investidores à espera da divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto. A leitura do PCE é a métrica de inflação preferida do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), para definir a política monetária.
Os agentes esperam que o núcleo do PCE tenha avançado 3,9% no ano até agosto e ganho 0,2% na base mensal.
A fala recente de um membro do Fed, de que um novo aumento dos juros ainda não é uma certeza, colocou dúvidas nos agentes a respeito dos próximos passos da política monetária. A dúvida foi acentuada pelo fato de o presidente da instituição, Jerome Powell, ter evitado abordar o rumo das taxas em seu discurso ontem (28).
Além disso, Wall Street também está de olho nas negociações dos legisladores sobre um projeto de lei de gastos do governo norte-americano. O prazo final é domingo, 1º de outubro. Se não for aprovada a tempo, a falta de recursos pode paralisar alguns serviços do governo estadunidense.
O presidente da Câmara Kevin McCarthy disse à CNBC, na manhã de ontem, que estava confiante de que o Congresso evitaria uma paralisação neste fim de semana, embora tenha criticado um projeto de lei proposto pelo Senado por não tratar da segurança das fronteiras.
Na Europa, onde os mercados também operam em alta, os investidores repercutem os números de inflação na zona euro, depois de os dados preliminares da inflação da Alemanha, divulgados ontem, terem mostrado que a inflação abrandou mais do que o esperado.
Ainda por lá, seis meses após comprar o Credit Suisse, o UBS se prepara para o melhor trimestre para suas ações em 14 anos, resultado da integração dos ativos, o aumento dos fluxos para a divisão de patrimônio e a potencial retomada das recompras de ações.
Os papéis do banco saltaram 25% entre julho e setembro e, considerando uma série de elevações de preços-alvo, o papel ainda tem mais 13% de vantagem no próximo ano. Por outro lado, esta manhã o Credit Suisse informou que pode perder US$ 2,2 bilhões no terceiro trimestre com liquidação de operações.
No Brasil, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, com o consenso Refinitiv projetando taxa de desemprego de 7,8%.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (28) em alta, recuperando parte das perdas dos últimos dias. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 1,23%, aos 115.731 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, o destaque do dia do Ibovespa ficou com os Estados Unidos com a divulgação dos dados do PIB americano referentes ao segundo trimestre. O indicador foi confirmado em uma alta anualizada de 2,1%, segundo o Departamento do Comércio norte-americano.
Além do PIB, os EUA também divulgaram novos dados de pedidos de seguro-desemprego, que aumentaram 2.000 na semana encerrada em 23 de setembro, para 204.000.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em queda de 0,16% frente ao real, cotado a R$ 5,039 na compra e a R$ 5,040 na venda.
Europa
As bolsas da Europa operam com alta, depois de encerrar uma sequência de cinco dias de derrotas na sessão anterior.
A prévia da taxa de inflação da zona euro caiu para 4,3% em setembro, segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat, escritório oficial de estatísticas do bloco europeu. Em agosto, tinha sido de 5,2%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,76%
DAX (Alemanha), +0,78%
CAC 40 (França), +0,89%
FTSE MIB (Itália), +0,68%
STOXX 600, +1,02%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com alta no último pregão de setembro, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados de inflação (PCE), indicador preferido do Fed para definir a política de juros.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,42%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,43%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,62%
Ásia-Pacífico
As bolsas da Ásia fecharam com alta em sua maioria no último dia de negociação da semana, com o índice Hang Seng, de Hong Kong, liderando os ganhos na região e subindo 2,51%.
O movimento ocorreu em um momento em que os traders avaliavam os principais dados econômicos do Japão, incluindo a taxa de inflação de setembro para Tóquio.
O índice de preços ao consumidor de Tóquio subiu 2,8% em setembro em relação ao ano anterior, suavizando o ganho de 2,9% em agosto. A taxa básica de inflação, que exclui os preços dos alimentos frescos, ficou em 2,5%, abaixo dos 2,6% esperados por analistas.
Os mercados da Coreia do Sul e da China continental estão fechados devido a feriados locais.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), -0,05%
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,51%
Kospi (Coreia do Sul), fechado por feriado
ASX 200 (Austrália), +0,34%
Petróleo
Os preços do petróleo operam mistos, uma vez que a realização de lucros e as expectativas de aumentos de oferta por parte da Rússia e da Arábia Saudita superaram as previsões de procura positiva da China durante o feriado da Semana Dourada.
Petróleo WTI, +0,11%, a US$ 91,81 o barril
Petróleo Brent, -0,36%, a US$ 95,04 o barril
Agenda
A semana termina com a divulgação da inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, aproveitou solenidade de posse no comando da corte para fazer um aceno aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometendo harmonia entre os Poderes e diálogo, na esteira de desconforto com recentes decisões do Judiciário encaradas por parlamentares como invasão de competências do Legislativo. Na seara de indicadores, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, com consenso Refinitiv projetando taxa de 7,8%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg